Rolou no Teatro é uma coluna semanal em que abordo a evolução das aulas do curso profissionalizante de Teatro que estou fazendo. Entenda melhor aqui.
E a segunda quinzena chegou chegando! E veio atrasadinha, eu sei – não deu tempo de escrever e postar antes, my bad. Na verdade, não sei se esta coluna é interessante para vocês (realmente gostaria de saber!), mas ela é, até certo ponto, útil para mim mesma. Penso em mantê-la, pelo menos por enquanto – deixando claro que também depende do interesse de vocês, leitores.
Mas vamos às aulas e ao montão de coisas que vi de meados até o fim de fevereiro!
MONTAGEM
Livro “As Máscaras Mutáveis do Buda Dourado”
Continuamos com os exercícios de treinamento, que são realizados em todas as aulas, logo após o ritual com a vela: caminhar/correr em diferentes velocidades, exercícios de jogar um bastão ou uma bolinha de tênis, que promovem a troca de energia e comunhão no grupo, além de nos colocar em estado mais atento no presente e preparados para o que vem a seguir.Livro “As Máscaras Mutáveis do Buda Dourado”
Fizemos uma discussão a respeito do livro As Máscaras Mutáveis do Buda Dourado (de Mark Olsen, ed. Perspectiva; saiba mais aqui), lido durante as primeiras semanas de curso. Com os capítulos previamente divididos nos grupos, falamos sobre a figura do ator antigamente, o teatro primitivo, rituais, Stanislavski e o hinduísmo, o Tao da interpretação (dinâmica da relação Yin/Yang no teatro), concentração, esplendor/brilho/presença.
Confesso que não li todo o livro, abandonei a leitura antes da metade. O tema é muito interessante, mas a leitura em si foi bem arrastada para mim. Mas pretendo retomá-la um dia, em um momento de menor afobação.
Quanto à peça que montaremos neste semestre, restringimos as opções de três a duas: Dom Casmurro (Machado de Assis) ou O Rinoceronte (Eugène Ionesco). Aliás, O Rinoceronte esteve entre minhas leituras de fevereiro e foi meu primeiro contato com o teatro do absurdo – vocês podem conferir a resenha aqui.
CORPO
Método Feldenkrais, pernas
Tendo como base o método Feldenkrais* – grosso modo, consiste em “exercícios” que visam a consciência e o foco no próprio movimento, sem dor nem esforço – trabalhamos as articulações das pernas e o andar de formas diferenciadas (como se fôssemos personagens). Continuaremos utilizando o Feldenkrais nas aulas de todo o bimestre. Particularmente, gostei bastante e me identifiquei: percebi semelhanças entre os exercícios de Feldenkrais propostos em aula e alguns exercícios que praticava no Pilates; muito gostoso de fazer, pois une concentração, respiração e o próprio movimento, que deve ser feito de maneira sempre confortável.Método Feldenkrais, pernas
*Para saber mais sobre o método Feldenkrais, encontrei estes três links bem bacanas:
Associação Feldenkrais do Brasil
Núcleo Feldenkrais Brasil
Folha SP: Método Feldenkrais estimula forma prazerosa de atividade física
HISTÓRIA DO TEATRO
Encenador e ator-encenador
Falamos sobre a figura do encenador, tema-eixo das aulas do semestre. Encenador é aquele que escolhe, interpreta, dirige, ensaia um texto dramático. O encenador olha a cena “de cima”, como um todo, a partir de um olhar periférico – ele cria e comanda todos os aspectos. O pensamento é voltado para a linguagem e para a estética, visando imprimir uma unidade na obra.Encenador e ator-encenador
Já o ator-encenador é o ator que tem o pensamento voltado à escolha, fazendo um teatro mais colaborativo e orientado ao coletivo.
Nem todo diretor é encenador. Por outro lado, como atores-criadores (aqueles que experimentam, criam, investigam, vivem, e cujos corpos quebram as funções cotidianas e ganham outras funções de um corpo ativo e presente), somos todos encenadores – estamos voltados à criação.
Para quem tiver interesse, entenda mais sobre o que é encenador aqui e aqui.
VOZ
Respiração (abdome e costelas), relaxamento da face
A respiração continuou a ser trabalhada, desta vez com foco no abdome e costelas. Exercitamos a respiração com contagem de tempo (em 8 tempos, em 6 tempos,...). Além disso, trabalhamos o relaxamento dos músculos da face e também da língua.Respiração (abdome e costelas), relaxamento da face
MAQUIAGEM CÊNICA / CARACTERIZAÇÃO
Limpeza e preparação da pele para maquiagem
As primeiras aulas trazem passos comuns entre a maquiagem cênica e a maquiagem social (aquela usada no dia a dia). Assim, aprendemos a preparar corretamente a pele para receber a maquiagem.Limpeza e preparação da pele para maquiagem
Tudo começa com a limpeza da pele. Lavamos rosto e pescoço com sabonete facial líquido (aqueles antiacne, mas também pode ser sabonete neutro ou mesmo shampoo Johnson’s Baby – aquele amarelinho – que, aliás, é ótimo para o rosto e área dos olhos, recomendo inclusive para tirar os resíduos de make!).
Com o rosto já seco, usamos loção adstringente (ou loção tônica, sem álcool, para quem tem pele muito sensível), friccionando suavemente o algodão na pele com movimentos circulares e, depois, no sentido das fibras musculares – uma pequena massagem facial.
Finalizamos a etapa da limpeza com um hidratante facial indicado para o tipo de pele (seca, oleosa, mista). Pronto: a pele está prontinha para receber a maquiagem. (Aliás, essa limpeza de pele renderia um vídeo interessante para o canal do blog... #pensarsobre) Todo esse ritualzinho deve ser feito diariamente para manter uma pele mais bonita e saudável – a massagem é opcional, mas é uma delícia!
Agora vem a preparação da pele em si. Utilizamos a base em bastão em todo o rosto, com os dedos mesmo, “limpando” o excesso de produto (que ficou nos dedos) na região do pescoço. Na verdade, aprendemos que o resultado fica bem mais natural se combinarmos mais de um tom de base – nenhum rosto tem a pele de cor totalmente uniforme. Diferentes tons de base também podem ser usados para o contorno e formato do rosto (profundidade, iluminação,...).
Em seguida e se necessário, aplicamos o corretivo em bastão. Aqui podemos usar aqueles camufladores coloridos, que servem para neutralizar as manchas de acordo com a cor – por exemplo, o verde neutraliza as manchas avermelhadas (como as de acne). Esta imagem da Vult resume a utilização de cada cor:
Logo depois vem o pó facial. Aqui, usamos aquele pó soltinho (e não o compacto) e aplicamos com uma esponjinha de espuma (não dá certo usar as de látex neste caso), tomando cuidado para primeiro depositar o produto e então depois espalhá-lo. A cor do pó pode ser escolhida de forma a “corrigir” o tom da base, chegando a uma cor mais próxima da cor natural da pele. Ou então, pode-se optar pelo pó translúcido, que não tem cor – eu, pessoalmente, prefiro.
Feito tudo isso, a pele está preparada para os próximos passos da maquiagem. Para as aulas, estou usando base em bastão da Dailus e pó facial translúcido da Tracta (excelente, por sinal). Mostrei esses dois produtinhos no vídeo de compras de fevereiro/março.
Fiquei empolgada com as aulas desta segunda quinzena, tudo ainda tem ar de novidade. Uma coisa de que gosto muito é a parte teórica da coisa toda. Por exemplo, a aula de História do Teatro (semestre passado tive Teoria da Interpretação), que possibilita debates e reflexões bem interessantes – que em mim costumam se prolongar um pouco, mesmo depois de terminada a aula.
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
2 comentários
Oi!
ResponderExcluirNão tenho muito o costume de ir ao teatro então me senti meio perdido mas é algo que quero reparar!
Abraço!
http://leituraforadeserie.blogspot.com/
Gosto muito de teatro, mas a verdade é que vou bem menos do que gostaria. Acho que esse tipo de post é mais interessante para quem estuda ou pensa em estudar teatro, ou mesmo para quem apenas tem curiosidade. De todas as formas, sinta-se convidado a acompanhar essa coluna! Aí eu meio que descrevo o que acontece no curso de Teatro, dá para entender melhor caso você vá lá no primeiro post da coluna (onde eu explico qual é a destes posts hehehe). Beijo!
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