O que acontece quando um homem viciado em sexo, mas em abstinência para tratar o vício, encontra uma mulher sexualmente aberta e sempre disposta a satisfazer seu enorme apetite sexual? É esta a situação que encontramos em Sexo, Amor e Terapia.
Lambert (Patrick Bruel) é um viciado em sexo que, para curar seu vício, encontra-se abstinente e canaliza suas energias no trabalho de terapeuta de casais. O dia a dia fica complicado quando ele contrata Judith (Sophie Marceau) para trabalhar como sua assistente nas sessões de terapia. Sedutora, ela vive abertamente sua sexualidade, seus desejos são vorazes e ela lida muito bem com isso. A atração entre Lambert e Judith é imediata e a mulher não poupa esforços para seduzir o patrão. Mas Lambert, que até então nunca tivera sucesso nas relações sentimentais, está decidido a cumprir o período de abstinência e fugir de relacionamentos puramente sexuais.
“Sexo, Amor e Terapia”: tem Sophie Marceau, mas é fraquinho e não conduz a lugar algum
Pela primeira vez juntos na telona, Sophie Marceau e Patrick Bruel são a promessa de um filme no mínimo memorável. É pena que, neste caso, a promessa é bem maior que o resultado obtido.
Concebido originalmente como uma série televisiva, o projeto foi posto de lado e foi aí que a diretora Tonie Marshall percebeu que ainda poderia aproveitá-lo para o cinema. A comédia romântica Sexo, Amor e Terapia aborda questões bastante atuais como a fixação por sexo, o amor, a fidelidade; mas, sobretudo, o filme fala sobre o desejo. Quase um terceiro protagonista, o desejo une e separa a um só tempo Judith e Lambert, que têm plena consciência da força poderosa e irresistível que a atração sexual representa.
Durante a maior parte do filme o casal fica naquele “vou, não vou”, num jogo de tensão que ora é gostoso de ver ora cai na mesmice e no enfado. Enquanto isso, vários casais tentam resolver – ou complicar ainda mais – seu relacionamento com a ajuda meio desajeitada dos terapeutas Lambert e Judith. O humor está lá, mas não é grande coisa. De fato, as sequências que mais se destacam são as que envolvem algo de fantasia – como quando Judith enxerga os homens como animais num bar, e mantém uma conversa com um homem-esquilo – e também o diálogo entre Judith e o ator Jean-Pierre Marielle, que interpreta ele mesmo. O resto são diálogos insossos e cenas sem muita força, além dos clichês envolvendo a família de ambos os protagonistas.
É certo que Sophie Marceau é um motivo para assistir ao filme. Beirando os cinquenta, a atriz está exuberante na pele de Judith, que carrega certo frescor juvenil aliado à maturidade e à personalidade marcante de uma mulher que não passa vontade. Contudo, apesar de Marceau – que segue encantando o espectador desde os catorze anos, quando debutou em La Boum – o filme ainda é muito fraquinho e a trama não conduz a lugar algum.
Bem-humorado e – apesar de óbvio – até sexy, Sexo, Amor e Terapia diverte os menos exigentes. O longa não arranca gargalhadas, mas tampouco deixa de fazer sorrir. Pode ser uma boa pedida, só não é indicado exagerar nas expectativas – o que pode ser um tanto difícil ao ver os nomes de Sophie Marceau e Patrick Bruel no cartaz.
NOTA: 6,5/10
ESTREIA: 20 de agosto
Sexo, Amor e Terapia (Tu veux ou tu veux pas) – 88 min.
França – 2014
Direção: Tonie Marshall
Roteiro: Tonie Marshall
Elenco: Sophie Marceau, Patrick Bruel, André Wilms, Sylvie Vartan, François Morel, Philippe Lellouche, Jean-Pierre Marielle
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
1 comentário
remedios-naturais-para-aumentar
ResponderExcluir