Museu da civilização... O que você levaria? | especial Estação Onze
Blogando 10 de setembro de 2015 Aline T.K.M. Nenhum comentárioMuito provavelmente vocês conhecem ou já ouviram falar no livro Estação Onze, da Emily St. John Mandel, não é mesmo? Eu ainda não o li – está entre minhas próximas leituras! – mas desde que pus os olhos na sinopse mal pude me conter de curiosidade e interesse.
A trama se passa num mundo pós-apocalíptico: uma gripe terrível devastou o planeta e dizimou a civilização. Vinte anos depois da calamidade, Kirsten é atriz em uma trupe itinerante de artistas, que viaja apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes.
Retratando o antes e o depois da pandemia, Estação Onze traz algo curioso e fascinante: o museu da civilização, um local onde as pessoas deixam objetos que mostram um pouco do mundo pré-calamidade, objetos que um dia haviam sido úteis e importantes, mas que talvez perderam sua utilidade num mundo já diferente do de outrora.
DA PROPOSTA
Pensando nisso tudo, a editora Intrínseca propôs uma ação especial aos blogs parceiros: criar o nosso próprio museu da civilização. E, para tanto, nos colocou algumas questões: Se estivéssemos num mundo pós-apocalíptico como o do livro, do que é que mais sentiríamos falta? Por quê? Quais objetos levaríamos para o museu da civilização?DA FALTA QUE ISSO ME FARIA
Não adianta fazer pose e falar que não: nós somos todos apegados a umas tantas coisinhas materiais, a uns vários facilitadores do cotidiano que, de uma forma ou de outra, envolvem algum tipo de tecnologia.Gosto e claro que preciso de internet, do meu notebook – minha vida toda tá aqui dentro! –, celular, iPod, fotos e recordações digitais, e por aí vai. Mas curiosamente, e apesar de ter um blog/vlog/redes sociais, não sou aquela pessoa que precisa a todo custo estar conectada 24/7. Por exemplo, consigo viajar e me desconectar de tudo, se saio e esqueço de levar o celular (e isso acontece com certa frequência) não fico querendo me matar, e chego a passar dias sem acessar meu perfil no Facebook (apesar de não deixar de acessar a fanpage do blog). Falando de tecnologia e gadgets, sentiria muita falta mesmo do meu notebook, mas creio que num mundo devastado eu não iria precisar muito dele, não...
Podem achar que sou fútil agora – embora eu mesma saiba que não sou! –, mas seria um pouquinho complicado, no início, me acostumar a não ter mais maquiagem. Nem um rimelzinho que seja! Gosto de me maquiar e isso faz com que me sinta melhor no dia a dia. Por isso ia sentir falta, sim, mas não ia me torturar pela ausência das makes; no fim das contas, teria de me acostumar a encarar a vida de cara lavada e é isso.
Agora, sentiria MUITA falta é de chuveiro e água quente, secador de cabelo e até aquecedor elétrico. Sou bem sensível ao frio e esta questão seria mesmo preocupante.
E sentiria tanta falta dos meus livros, das minhas músicas. Um Kindle e um iPod resolveriam o impasse, mas... e quando acabasse a bateria? Pois é... Escolher apenas um único livro seria igualmente doloroso.
Sentiria muita falta de tudo isso que citei acima, objetos que tornam meu dia a dia menos complicado e mais feliz. Mas o que eu realmente levaria para o museu da civilização...
DO MUSEU DA CIVILIZAÇÃO
Na hora do aperto, a simplicidade é o que salva. A gente se volta para o básico, para aquilo que funciona e que é tão ou mais necessário, tão ou mais útil que toda a parafernália da qual aprendemos a precisar.Levaria dois objetos – pode dois? – para o museu da civilização:
CADERNOS DE IDEIAS: estou sempre anotando ideias, pensamentos, e colocando trechos de histórias que me vêm à mente em caderninhos. Este maior, vermelho e branco, é especial porque é nele que registro alguns textos, pensamentos relacionados ao meu estado de espírito ou ao momento que estou vivendo. Também faço colagens aleatórias nele, escrevo coisas às vezes bonitas, às vezes um tanto sombrias. Se existe algo que resume minha essência, eu diria que é o conteúdo deste caderno. Com simples papel e caneta dá para retratar um mundo inteiro – aquele à nossa volta, e também o mundo que existe no interior de cada um de nós.
MINIATURA DA TORRE EIFFEL: este objeto simples e um tanto clichê tem valor mais simbólico, pois representa uma das coisas que mais amo fazer na vida, que é viajar. Essa miniatura representa todas as lembranças das viagens que fiz, dos lugares por onde passei, onde vivi, onde aprendi tanto em tão pouco tempo. Também representa aquele sentimento único que experimento quando exploro um lugar que ainda não conheço, o maravilhamento ante a novidade e a beleza, a sede de aprendizado, a descoberta do caos (ele existe em toda parte) e da poesia no meio dele. Mas acima de tudo, este objeto significa uma só coisa: que esse mundo é tão vasto e, ao mesmo tempo, tão pequeno! E mesmo assim me angustia saber que uma só vida é pouco para conhecer todos os lugares que eu gostaria.
DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tenho certeza de que vai ter muita coisa interessante nesse museu da civilização formado pelas contribuições da blogosfera. Eu mesma já estou morrendo de curiosidade de saber quais itens a galera vai escolher levar e, indo um pouco mais além, eu iria amar dar uma bela vasculhada nesse museu caso estivesse no universo do livro. Sem falar que, óbvio, estou mil vezes mais curiosa e mais empolgada para devorar logo Estação Onze! Quando vocês menos esperarem vai ter resenha do livro por aqui, aguardem!E vocês, do que mais sentiriam falta do mundo atual? Qual seria a contribuição de vocês para o museu da civilização?
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
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