Confesso que fiquei desolada por não ter estado presente na pré-estreia de Dois Amigos, evento que contou com a presença de Louis Garrel. Tive apresentação de sapateado e foi um momento supergostoso mas, ainda assim, era o Louis Garrel que estava lá na Reserva Cultural...

Mesmo assim, não podia deixar de conferir o filme, e foi isso mesmo que eu fiz! Tratei de ir ao cinema o quanto antes e saí de lá satisfeita: o filme me agradou em cheio. Não vou falar sobre ele logo de cara, porque é bem mais legal mandar vocês direto aos três motivos – e bônus – para ver o longa francês. Então, lá vamos nós...

1. Louis Garrel em dose dupla: além de atuar no filme, Dois Amigos é seu primeiro longa como diretor. Começou bem, pois o filme integrou a Semana da Crítica do Festival de Cannes 2015. Vale lembrar que Garrel dirigiu três curtas ao longo de sua carreira, Mes copains (2008), Petit tailleur (2010) e La règle de trois (2011), este último com o mesmo trio de protagonistas de Dois Amigos.

2. Baseado livremente na peça Les Caprices de Marianne (Os Caprichos de Marianne), de 1833, de Alfred de Musset, Dois Amigos é sobretudo um filme sobre amizade. O próprio Louis Garrel o definiu como sendo “feminino”: o longa retrata uma relação de amizade entre dois homens que é bastante semelhante à amizade entre mulheres quanto à intimidade, demonstração de sentimentos e até um certo aspecto temperamental. Os dois amigos em questão estão em seus 30 anos, mas se comportam como adolescentes, completamente imaturos.

3. Quem dá uma mão no roteiro ao lado de Garrel é ninguém menos que Christophe Honoré – um dos meus diretores preferidos! O diretor, roteirista e escritor dirigiu Louis Garrel em seis longas metragens, entre eles Canções de Amor (meu filme do coração!), Bem-amadas, o polêmico Minha Mãe e A Bela Junie. Segundo Garrel afirmou em entrevista, o roteiro de Dois Amigos estava bastante trágico, então Honoré sugeriu inserir algo de comédia. Desta forma, obtiveram um filme que consegue unir estranheza, humor e uma profundidade aliada à leveza; o resultado não poderia ter sido mais positivo!

BÔNUS! Este talvez seja tanto um motivador para muitos como, ao mesmo tempo, um grande desmotivador para outros: o desfecho sugere umas tantas possibilidades. Aberto, mas nem por isso inconclusivo, o final aproxima ainda mais trama e vida real. Aliás, é legal mencionar que os personagens e mesmo a Paris que vemos em Dois Amigos foge daquela visão romântica a que estamos acostumados quando pensamos na França – ponto bem interessante do filme.

TRAILER E SINOPSE

SINOPSE: Clément (Vincent Macaigne) é um ator fracassado, que trabalha como figurante em filmes. Ele está perdidamente apaixonado por Mona (Golshifteh Farahani), que trabalha em uma lanchonete na Gare du Nord. Mas Mona tem um segredo e se torna evasiva, evitando a todo custo qualquer relação com ele. Desesperado para conquista-la, Clément pede ajuda ao melhor amigo, Abel (Louis Garrel), para conquistá-la. Este frentista não tem muita simpatia por Mona, mas ao longo de três dias passa a conhecê-la melhor, e também parece se interessar por ela.
Dois Amigos (Les deux amis), de Louis Garrel, França, 2015.