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3 motivos para ver “Os Oito Odiados”

3 motivos para ver 12 de janeiro de 2016 Aline T.K.M. 8 comentários


Aí eu fui conferir Os Oito Odiados no cinema... Aeeee! O oitavo filme do Tarantino – que tem sido comparado a Cães de Aluguel – teve críticas bem divididas por aí. Gosto muito do diretor, apesar de ainda não ter visto a totalidade de seus filmes; Os Oito Odiados pode não ser seu melhor longa, mas ainda assim é muito bom e vale a pena ser conferido.

Com elenco de peso – Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Tim Roth, entre outros – o western reúne oito figuras que se abrigam num local por conta de uma tempestade de neve: dois caçadores de recompensas, uma foragida que é saco de pancada, um novo xerife a caminho de ser empossado, um carrasco britânico, um mexicano, um ex-coronel da Confederação e um cowboy. Dando aquele sabor à coisa toda, mistério, ironia e muita violência, do jeito que só Tarantino faz.



As quase 3 horas de filme não cansam e o desfecho propositadamente previsível não desanima. Por mais redundante que possa parecer, listo a seguir 3 motivos para conferir Os Oito Odiados no cinema:

1. A maior parte do filme se passa dentro de uma estalagem. Confinados nesse armazém e à medida que cai a noite, os personagens começam a revelar quem realmente são e o verdadeiro motivo de estarem ali. Este é o tipo de história em que nada nem ninguém é exatamente o que parece ser, e todo mundo é vilão. O fato de estarem fechados em um mesmo ambiente, onde em algum momento aflora a porção mais animalesca de cada um deles, lembra dois filmes geniais com situação semelhante: Deus da Carnificina (2011), do Polanski, e O Anjo Exterminador (1962), do Buñuel.

2. Até quem não é fã de faroeste vai curtir. Assim como foi com Django Livre, todo o contexto de Os Oito Odiados me agradou, muito embora eu não goste nem tenha o menor interesse em filmes de faroeste. Claro que aqui, na verdade, o fator tarantinesco faz toda a diferença e acaba sendo mais válido como definição de gênero – falo um pouco mais disso no terceiro tópico.

Outra coisa interessante neste faroeste passado na segunda metade do século 19 é justamente o momento histórico – a trama acontece após o final da Guerra da Secessão, também conhecida como a Guerra Civil americana, conflito militar nascido em torno da questão da escravidão. Os Oito Odiados traz o tema dos conflitos raciais e da posição ocupada pelas minorias através do retrato de uma sociedade americana em formação.



3. Sangue! Tão óbvio, mas também um dos principais motivos que fazem a gente levantar a bunda do sofá e ir ao cinema ver um filme do Tarantino. E o banho de sangue em Os Oito Odiados não foi nada comedido, diga-se de passagem; essa veia sanguinária e a tensão constante em vários momentos aproximaram o filme aos do gênero horror. Encarar a face banhada de sangue de Daisy Domergue (magistralmente interpretada por Jennifer Jason Leigh) me trouxe à mente, mesmo que de longe, uma estranhíssima Carrie ou uma ainda não exorcizada Regan.

TRAILER E SINOPSE

SINOPSE: Durante uma nevasca, o carrasco John Ruth (Kurt Russell) transporta uma prisioneira, a famosa Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), que ele espera trocar por grande quantia de dinheiro. No caminho, os viajantes aceitam transportar o caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson), que está de olho em outro tesouro, e o xerife Chris Mannix (Walton Goggins), prestes a ser empossado em sua cidade. Como as condições climáticas pioram, eles buscam abrigo em um armazém, onde quatro outros desconhecidos estão abrigados. Aos poucos, os oito viajantes no local começam a descobrir os segredos sangrentos uns dos outros, levando a um inevitável confronto entre eles.
Os Oito Odiados (The Hateful Eight), de Quentin Tarantino, França, 2015.

Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!

 

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8 comentários

  1. Fui ver o filme com mais três amigos e mesmo tendo uma grande fã de Tarantino entre nós, chegamos a conclusão de que o filme foi muito arrastado e o sr Tarantino pesou a mão.

    Mas claro que tem muitos pontos interessantes, vale ainda assim a ida ao cinema.

    Hug

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    1. Sabe que cheguei a ler uma ou outra crítica com essa mesma percepção. Eu, particularmente, gostei bastante, apesar de não achar que foi um dos melhores filmes do cara. Gostei de saber sua visão sobre o filme. Bj.

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  2. Eu gosto muito do filme. Nao é o melhor do Tarantino mesmo, mas ele, com certeza, cresceu muito na parte técnica. ter gravado com em 70mm um filme quase todo dentro de um ambiente foi, no mínimo, interessante, já que geralmente se usa pra gravar externas, planos amplos. E acabou que dentro daquela ambiente fechado, o expectador tem a visão completa do ambiente. O que está ao fundo também é importante.
    Acho que o quinto ato é meio desnecessário, mas ainda assim funciona. De resto só vejo qualidade. Até o uso da violência, algo característico do diretor, é importante. É necessário discutir a violência como entretenimento.

    Bjs

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    1. Pois é, essa visão ampla do ambiente contribuiu para aumentar a tensão, você enxerga os cantinhos, tudo o que está ocorrendo. E ao mesmo tempo, aquela sensação meio claustrofóbica, todo mundo fechado naquela taberna.
      Fiquei meio assim com aquela parte das explicações tão esmiuçadinhas, mas gostei muito no geral. E sim, também considero muito importante a discussão da violência como entretenimento. Beijão.

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  3. Meu namorado me apresentou Tarantino, fez eu me apaixonar pelo cara e: foi ver "Os oito odiados" com o irmão kkk Quero muito ver! Estou ansiosa, adorei a resenha. O trailer é bem maneiro, me empolgou.

    http://www.maleando.com.br/

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    1. Gostei bastante do filme, vale a pena ver sim! Mas sabe que gosto mais dos filmes anteriores. Não vi todos dele, mas gostei de todos os que vi. Beijos!

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  4. Excelente post! Tarantino está provando ser um bom diretor de atores, com Samuel L. Jackson e Kurt Russell na cabeça de um elenco valente como o caçador de recompensas loquaz Marquis Warren e John Ruth, respectivamente, um grupo de artistas que destaca Walton Goggins (que na verdade, atualmente envolvido em uma série da HBO chamada Vice Principals) como o sul Chris Mannix e Jennifer Jason Leigh como o pérfido Daisy Domergue. O ódio oito é o mais respeitável Quentin Tarantino filme todo o caminho de Reservoir Dogs, apesar de algum risco de implausibilidade, a imprecisão genéricos e sanguinolencia excessiva; fiel ao seu estilo, mas com um diálogo frutífero e não uma verborragia história insuportável, e há explosões de violência sem justificativa.

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    1. Obrigada pelo comentário e fico feliz que tenha gostado do post. Eu gostei muito mesmo de Os Oito Odiados, mas confesso que não é o meu Tarantino preferido - continuo gostando mais de Bastardos Inglórios e Kill Bill. Pulp Fiction também é um dos meus queridos rsrs.

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