3 motivos para ver “O Novíssimo Testamento”
3 motivos para ver 10 de fevereiro de 2016 Aline T.K.M. 6 comentáriosRepresentante da Bélgica no Oscar 2016, O Novíssimo Testamento é uma comédia criativa e diferente do que a maioria está acostumada a ver. Além da sátira à religião e à imagem divina, todo o enredo percorre caminhos que não imaginamos totalmente. Tem reflexão? Tem sim – ainda que de leve –, e tem humor, graça e uma certa “leveza ousada”, um atrevimento gostoso e necessário.
Não vou revelar muito para não estragar os motivos que listarei abaixo, mas adianto uma coisinha ou outra do plot: Deus é bem o oposto do que vocês imaginam e tem uma filha que, por vingança (justificada, hein), decide invadir o computador do pai e liberar para todos os seres humanos a data de sua morte. E aí, é claro que a garota causa com tudo, e causa inclusive uma fúria ainda maior no pai...
Gente, sériooo... Confiram os 3 motivos para ver O Novíssimo Testamento e depois me prometam que vão sair do computador direto para o cinema! Pode até não ser um filme daqueles “mudou minha vida e tal”, mas vai fazer toda a diferença no dia de vocês, certeza.
1. Deus está presente em carne e osso e não tem nada a ver com a figura que mora no imaginário coletivo desde sempre. Nesse longa de Jaco Van Dormael – conhecido pelo filme Sr. Ninguém (2009) –, Deus é repugnante, perverso com a esposa e a filha (sim, ele tem também uma filha) e passa o tempo na frente do computador (porque não é só a gente que tem o privilégio de estar conectado, oras!) inventando catástrofes e todo tipo de coisa para dificultar a vida dos seres humanos – meros bonecos nas mãos de um todo-poderoso entediado e rabugento.
2. Apesar de não mergulhar profundamente no potencial filosófico que o tema traz (o confronto com a realidade da própria morte e as consequências desse “cair de ficha”), a trama surpreende pela originalidade. Para passar uma mensagem de amor universal a história se vale de personagens e situações peculiares, numa singela quebra de paradigmas e exercício de aceitação – tanto faz se é a mulher que descobre uma nova forma de amar com um gorila ou um garotinho que realiza a vontade de se vestir como menina, todos querem viver o que resta de suas vidas da maneira mais digna e plena. Além disso, o filme explora o absurdo, o surreal, e tem toda uma atmosfera de brincadeira e fantasia, que anda lado a lado com o humor.
3. Preciso falar que tem uma pegada de girl power aí! A protagonista é a garota Ea, a filha de Deus (vivida pela atriz mirim Pili Groyne, que é ótima), e desde o início demonstra coragem, inconformismo e rebeldia para lutar pelo que acredita ser o mais justo. Imaginem que essa menina precisa encontrar novos apóstolos para escrever o que será “o novíssimo testamento”, e aí ela vai atrás dessas pessoas, esbarra em suas vidas de diferentes maneiras. Mas não para por aí: no decorrer até o desfecho da história as coisas caminham para o lado das garotas, de um jeito bem-humorado e divertido, e até brincando com estereótipos de gênero, de certa maneira. Em tempos em que tanto se fala de empoderamento feminino, é bacana e muito atual ver uma comédia que coloca as mulheres em evidência e tira o homem de seu pedestal – especialmente falando de “poder divino” –, tudo isso de um jeito singelo, mas sem deixar de ser ousado.
BÔNUS! Elenco de peso e excelentes atuações, nem preciso dizer! Nomes como Benoît Poelvoorde, Yolande Moreau, François Damiens e Catherine Deneuve impõem respeito e falam por si só. Ah, a menina Pili Groyne, como mencionei no terceiro tópico, é excelente.
TRAILER E SINOPSE
SINOPSE: Deus (Benoît Poelvoorde) está vivo, mora em Bruxelas e é um senhor rabugento e malvado com uma filha de 10 anos de idade. Cansada da natureza abusiva do pai, a menina Ea (Pili Groyne) invade o computador dele e envia para todos os habitantes do planeta as datas de suas respectivas mortes, ação que gera consequências inimagináveis. O filme levanta questões sobre o destino, a liberdade e o amor nos tempos modernos.
O Novíssimo Testamento (Le Tout Nouveau Testament), de Jaco Van Dormael, Bélgica/França/Luxemburgo, 2014.
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
6 comentários
Filme muito ruim, tentaram usar de polêmicas pra alavancar o filme, mas não sei se vai adiantar muito
ResponderExcluirCom relação a essa parte da polêmica, bom, eu realmente não acho que chegue a ser polêmica - mas não sigo religião, então nada nesse campo me ofende, agora já vi gente que se ofende por pouco quando cutucam esse tema. Mas eu gostei do filme, sabe. Não é o filme que muda a vida de alguém, mas é simpático e traz uma mensagem bacana. =)
ExcluirO cinema europeu sempre me surpreendeu, mas confesso que dessa vez a surpresa foi muito maior. Conheci o filme com sua postagem, mas já imagino que seja um filme incrível pelo simplesmente fato de ser uma ideia muito inusitada. Vou adicionar na lista para assistir o quanto antes.
ResponderExcluirBeijos,
Ricardo - www.overshockblog.com.br
Oi Ricardo, bom, pode ser que a essa altura você até já tenha visto o filme, né?! E aí, gostou?? Passa aqui para contar o que achou. Eu achei o filme bem originalzinho, engraçado sem apelar, gostei mesmo. Bjs!
Excluirta no pc e ainda não assisti, mas fiquei super curiosa quando li a sinopse
ResponderExcluirJá deve ter assistido também, né?! (Demorei para responder, sorry!) Mas fala se gostou!! =)
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