4 tipos de amor platônico em 4 livros apaixonantes
Amor platônico 11 de novembro de 2016 Aline T.K.M. 2 comentários
Amor platônico é aquele tipo de coisa que só quem viveu sabe como é. Na maior parte das vezes acontece quando a gente ainda está na escola, mas, na real, a gente sabe que pode bem acontecer em qualquer momento da vida. Ainda não inventaram um jeito de prevenir, mas se houvesse, será mesmo que a gente iria querer se tornar imune a esse sentimento? Falando por mim, passei parte da adolescência vivendo amores platônicos que hoje são motivo de lembranças engraçadas de uma época gostosa da minha vida.
Sempre digo que o amor platônico vem sempre recheado de grandes dores e pequenas alegrias. Tudo é motivo para uma tempestade homérica que não salva nem saquinho de chá em copo d’água, e qualquer sinal – eu disse qualquer, qualquer mesmo, às vezes nem é um sinal de fato – é motivo para uma faísca de alegria tomar conta do peito. Quando esse momento de loucura não correspondida é extinto de nossas vidas, é bem comum sobrarem as risadas. Ainda bem.
Afinal, a gente sabe que amores platônicos – não importa em qual fase da vida – sempre rendem boas histórias para contar. Mas vocês já notaram que existem vários tipos de amor platônico? Andei pensando nisso esses dias e, olha só, lembrei de alguns livros cujas tramas mostram para a gente algumas “modalidades” diferentes desse sentimento tão controverso que é o amor platônico. Deem só uma olhada!
A essa altura, vocês já devem estar achando esta história um pouco familiar demais. É que um amor platônico desse tipo aconteceu com Emma Morley, que nutria um sentimento muito intenso e cheio de altos e baixos por Dexter Mayhew, seu melhor amigo.
Por Emma e Dex a gente torceu, ficou nervosa e se descabelou em Um Dia, livro inesquecível do David Nicholls e que virou filme, com Anne Hathaway e Jim Sturgess nos papéis principais. Como não vale dar spoiler – o livro é de faz tempo, mas vai que alguém ainda não leu, né?! –, só digo que esse casal balança a gente do começo ao fim da história. É muita emoção!
Tudo começa mais ou menos como começam os amores platônicos: um vizinho que se muda, você o vê de longe, trocam alguns olhares, uma palavra. De repente, um sentimento começa a brotar e fica cada dia mais forte. Essa é a história de Madeline e Oliver.
Maddy não pode sair do quarto – ela simplesmente é alérgica a tudo e não pode sequer ter contato com outras pessoas, exceto sua mãe e sua enfermeira. Ao se apaixonar por Olly, seu novo vizinho, e perceber que ele também gosta dela, as coisas ficam difíceis porque eles não podem se encontrar e conversar ao vivo. Quando arrumam um jeito de estarem, finalmente, no mesmo ambiente (na casa da Maddy, afinal ela não pode sair), não podem se tocar e devem estar a pelo menos alguns metros de distância.
Diante dessa situação, nem sei o que é pior, se apaixonar e não saber se o carinha te corresponde, ou ser correspondida e não poder concretizar esse amor. O que vocês acham?
Quando o amor é platônico, a idealização quase sempre acontece ou porque a gente não conhece assim tão bem o alvo do nosso sentimento ou porque, por não ser algo mútuo, a gente molda na cabeça tudo o que o outro sentiria, assim, do jeitinho que a gente quer. E aí é que a imaginação fica a mil, vestindo o carinha de príncipe encantado – ou a menina de princesa – quando o mais provável é que isso esteja bem longe de ser verdade. Um exemplo é o que acontece com Quentin em relação a Margot em Cidades de Papel, do John Green.
Quentin Jacobsen nutre uma paixonite por Margot Roth Spiegelman, uma amiga de infância que hoje já nem é mais sua amiga. Quando um dia ela aparece assim, do nada, na casa de Quentin pedindo que a ajude em um plano de vingança, ele pensa que chegou o momento de se aproximar dela. Só que, no dia seguinte, a garota desaparece misteriosamente e Quentin decide empreender uma jornada para encontrá-la, baseando-se em rastros que só ele percebe que ela havia deixado.
Como em toda grande jornada – na vida e na ficção –, o meio do caminho é recheado de aprendizado; um deles, é que Margot não é nada daquilo que Quentin esperava que fosse.
Desastres acontecem, quebrar a cara acontece. Pensando nisso, sempre tenho uma teoria em mente: se é preciso quebrar a cara, que seja o quanto antes – os danos são consideravelmente menores e economiza-se tempo, que vale ouro. E outra: a vida é muito curta para sofrer por um amor não correspondido – ou para não ter coragem de revelar seus sentimentos àquele alguém especial.
É isso o que acontece no livro A Teia dos Sonhos, da brasileira Karine Aragão. Júlia e Laura são melhores amigas – até fizeram uma tattoo juntas – e gostam do Bernardo, um garoto muito lindo do colégio. De repente, ele começa a ficar muito próximo de Laura, de conversinhas meio secretas e por aí vai. Júlia tenta relevar, amiga é amiga e vem em primeiro lugar, afinal. Entretanto, aquele aperto no peito é inevitável ao vê-los juntos.
E para quem achou que era só isso... A amizade entre Júlia e Laura sofrerá um baque imenso: um dia Júlia acorda e descobre que sua melhor amiga tirou a própria vida. Além de ter que superar essa perda, a garota não entende o porquê da atitude tão drástica da amiga e resolve investigar o que poderia ter motivado seu suicídio.
Bernardo, que andava muito próximo de Laura, agora se aproxima de Júlia, dispondo-se a ajudá-la na busca desses porquês. Era o que bastava para a garota entrar numa espiral de confusão ainda maior – como lidar com a presença constante do seu crush mais secreto, com quem sua melhor amiga tinha um lance antes de morrer? Dilema dos maiores, aquele amor platônico que, definitivamente, a gente nunca desejaria ter sentido – ainda mais diante de tais circunstâncias. Mas a vida prega peças enormes...
Ah, teve resenha de A Teia dos Sonhos recentemente aqui no Livro Lab e essa leitura foi para mim uma linda surpresa – uma história jovem, triste e com uma mensagem muito bonita. Recomendadíssimo! ❤
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E vocês, já viveram um amor platônico? Que outros tipos de amor platônico – e livros sobre – vocês acrescentariam à lista?
Este post foi patrocinado por um autor que confia no trabalho do blog. O conteúdo é de autoria e reflete em sua totalidade a opinião do Livro Lab.
Sempre digo que o amor platônico vem sempre recheado de grandes dores e pequenas alegrias. Tudo é motivo para uma tempestade homérica que não salva nem saquinho de chá em copo d’água, e qualquer sinal – eu disse qualquer, qualquer mesmo, às vezes nem é um sinal de fato – é motivo para uma faísca de alegria tomar conta do peito. Quando esse momento de loucura não correspondida é extinto de nossas vidas, é bem comum sobrarem as risadas. Ainda bem.
Afinal, a gente sabe que amores platônicos – não importa em qual fase da vida – sempre rendem boas histórias para contar. Mas vocês já notaram que existem vários tipos de amor platônico? Andei pensando nisso esses dias e, olha só, lembrei de alguns livros cujas tramas mostram para a gente algumas “modalidades” diferentes desse sentimento tão controverso que é o amor platônico. Deem só uma olhada!
AQUELE QUE A GENTE AMA E ODEIA AO MESMO TEMPO
Sabe quando você ama e ao mesmo tempo odeia alguém? E se essa pessoa for um amigo muito querido e de muitos anos, mas só vive fazendo – com o perdão da expressão – cagada na vida? Para piorar, você é apaixonada por ele – apesar de detestá-lo às vezes – e ele sabe disso, mas só mostra se importar de verdade com você quando toma várias e te liga no meio da noite para desabafar. Apesar de ser seu melhor amigo, num dia bem remoto de suas vidas – mais especificamente quando vocês se conheceram – você já pegou esse cara... só que não completamente... e foi meio awkward!A essa altura, vocês já devem estar achando esta história um pouco familiar demais. É que um amor platônico desse tipo aconteceu com Emma Morley, que nutria um sentimento muito intenso e cheio de altos e baixos por Dexter Mayhew, seu melhor amigo.
Por Emma e Dex a gente torceu, ficou nervosa e se descabelou em Um Dia, livro inesquecível do David Nicholls e que virou filme, com Anne Hathaway e Jim Sturgess nos papéis principais. Como não vale dar spoiler – o livro é de faz tempo, mas vai que alguém ainda não leu, né?! –, só digo que esse casal balança a gente do começo ao fim da história. É muita emoção!
AQUELE QUE É O MAIS PROIBIDO DOS PROIBIDOS
Se amar sozinha já é angustiante, imagina amar, descobrir que é correspondida e não poder concretizar esse amor? Pois é, no calor de uma paixão que você pensava ser platônica vem o sinal de que é correspondida, mas precisa encarar outro obstáculo: esse amor é proibido, sem chances de poder virar realidade. Nos casos mais comuns da vida, a proibição acontece por parte de familiares, geralmente motivados por medos, preconceitos e outras bobagens. Só que a situação é bem mais delicada no caso de Maddy e Olly, de Tudo e Todas as Coisas, livro gracinha da Nicola Yoon.Tudo começa mais ou menos como começam os amores platônicos: um vizinho que se muda, você o vê de longe, trocam alguns olhares, uma palavra. De repente, um sentimento começa a brotar e fica cada dia mais forte. Essa é a história de Madeline e Oliver.
Maddy não pode sair do quarto – ela simplesmente é alérgica a tudo e não pode sequer ter contato com outras pessoas, exceto sua mãe e sua enfermeira. Ao se apaixonar por Olly, seu novo vizinho, e perceber que ele também gosta dela, as coisas ficam difíceis porque eles não podem se encontrar e conversar ao vivo. Quando arrumam um jeito de estarem, finalmente, no mesmo ambiente (na casa da Maddy, afinal ela não pode sair), não podem se tocar e devem estar a pelo menos alguns metros de distância.
Diante dessa situação, nem sei o que é pior, se apaixonar e não saber se o carinha te corresponde, ou ser correspondida e não poder concretizar esse amor. O que vocês acham?
AQUELE QUE A GENTE IDEALIZA DEMAIS... E AÍ, NÃO DÁ OUTRA: É QUEBRAR A CARA NA CERTA!
Esse tipo não é novidade para ninguém – é uma das coisas que mais acontecem quando se está apaixonada e o sentimento é platônico. Idealizar o outro é algo que a gente tende a fazer, muitas vezes sem se dar conta, e é também um poderoso combustível para a decepção.Quando o amor é platônico, a idealização quase sempre acontece ou porque a gente não conhece assim tão bem o alvo do nosso sentimento ou porque, por não ser algo mútuo, a gente molda na cabeça tudo o que o outro sentiria, assim, do jeitinho que a gente quer. E aí é que a imaginação fica a mil, vestindo o carinha de príncipe encantado – ou a menina de princesa – quando o mais provável é que isso esteja bem longe de ser verdade. Um exemplo é o que acontece com Quentin em relação a Margot em Cidades de Papel, do John Green.
Quentin Jacobsen nutre uma paixonite por Margot Roth Spiegelman, uma amiga de infância que hoje já nem é mais sua amiga. Quando um dia ela aparece assim, do nada, na casa de Quentin pedindo que a ajude em um plano de vingança, ele pensa que chegou o momento de se aproximar dela. Só que, no dia seguinte, a garota desaparece misteriosamente e Quentin decide empreender uma jornada para encontrá-la, baseando-se em rastros que só ele percebe que ela havia deixado.
Como em toda grande jornada – na vida e na ficção –, o meio do caminho é recheado de aprendizado; um deles, é que Margot não é nada daquilo que Quentin esperava que fosse.
Desastres acontecem, quebrar a cara acontece. Pensando nisso, sempre tenho uma teoria em mente: se é preciso quebrar a cara, que seja o quanto antes – os danos são consideravelmente menores e economiza-se tempo, que vale ouro. E outra: a vida é muito curta para sofrer por um amor não correspondido – ou para não ter coragem de revelar seus sentimentos àquele alguém especial.
AQUELE QUE A GENTE DIVIDE COM A MELHOR AMIGA - E QUE DESEJARIA JAMAIS TER SENTIDO...
Quem nunca dividiu uma paixão adolescente com a melhor amiga? Aquele crush meio impossível, o carinha gato por quem as duas suspiram e nenhuma tem coragem de chegar perto. Até aí, tudo bem. Mas e quando há o vislumbre de essa paixão migrar do campo platônico para o real, só que, claro, para apenas uma das amigas? O que fazer? Ficar ou não ficar, eis a questão...É isso o que acontece no livro A Teia dos Sonhos, da brasileira Karine Aragão. Júlia e Laura são melhores amigas – até fizeram uma tattoo juntas – e gostam do Bernardo, um garoto muito lindo do colégio. De repente, ele começa a ficar muito próximo de Laura, de conversinhas meio secretas e por aí vai. Júlia tenta relevar, amiga é amiga e vem em primeiro lugar, afinal. Entretanto, aquele aperto no peito é inevitável ao vê-los juntos.
E para quem achou que era só isso... A amizade entre Júlia e Laura sofrerá um baque imenso: um dia Júlia acorda e descobre que sua melhor amiga tirou a própria vida. Além de ter que superar essa perda, a garota não entende o porquê da atitude tão drástica da amiga e resolve investigar o que poderia ter motivado seu suicídio.
Bernardo, que andava muito próximo de Laura, agora se aproxima de Júlia, dispondo-se a ajudá-la na busca desses porquês. Era o que bastava para a garota entrar numa espiral de confusão ainda maior – como lidar com a presença constante do seu crush mais secreto, com quem sua melhor amiga tinha um lance antes de morrer? Dilema dos maiores, aquele amor platônico que, definitivamente, a gente nunca desejaria ter sentido – ainda mais diante de tais circunstâncias. Mas a vida prega peças enormes...
Ah, teve resenha de A Teia dos Sonhos recentemente aqui no Livro Lab e essa leitura foi para mim uma linda surpresa – uma história jovem, triste e com uma mensagem muito bonita. Recomendadíssimo! ❤
E vocês, já viveram um amor platônico? Que outros tipos de amor platônico – e livros sobre – vocês acrescentariam à lista?
Este post foi patrocinado por um autor que confia no trabalho do blog. O conteúdo é de autoria e reflete em sua totalidade a opinião do Livro Lab.
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
2 comentários
aaaah, aquele que a gente quebra a cara mas nem consegue se decepcionar porque nunca teve chance nem de desfazer o que idealizou... e aquela pessoa ficará imaculada e perfeita para sempre :(
ResponderExcluirNossa, isso daria um livro! E é um caso meio complicado. Mas me fez, sim, lembrar de um livro e, se te consola, o final pode ser considerado inspirador. O Amor nos Tempos do Cólera, do Gabriel García Márquez, tem um amor platônico que dura mais de 50 anos, é cheio de obstáculos e "quebrações de cara", a mocinha segue idealizada até o fim. Não vou contar o final, mas não é menos que adorável. ;-)
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