Resenha: O Mosaico e Outras Histórias, de Nikolai Streisky
Chiado Editora 26 de dezembro de 2016 Aline T.K.M. Nenhum comentário
Logo que iniciei a leitura de O Mosaico e Outras Histórias, do brasileiro Nikolai Streisky (pseudônimo de Levy Henrique Bittencourt Neto), senti aquele friozinho na barriga característico de ansiedade e curiosidade misturadas. É que eu sou fascinada por distopias e, quando elas trazem um toque de sci-fi, a coisa é ainda mais louca. Pois bem, já fui com a cara do livro antes mesmo das dez primeiras páginas.
Distopia, apocalipse, investigações e ficção científica. Os oito contos da primeira metade do livro revelam um mundo em ruínas e um ser humano decadente, afundado em sua brilhante capacidade intelectual e em tecnologias inimagináveis.
Inter-relacionadas e imaginativas, as tramas provam que no avanço também mora o retrocesso – sociedades opressoras e um mundo completamente destruído são realidades aqui.
Um mergulho em águas orwellianas e somos jogados pelo narrador em meio a uma sociedade trancafiada e vigiada, dentro de uma estrutura circular – o Panóptico. Seguir a Unidade política e religiosa é a única opção – não fazê-lo é um crime muito grave e questioná-la resulta em torturas das mais terríveis. Já o Grande Irmão, Aquele Que Tudo Vê, é tão real quanto monstruoso.
O tempo avança à medida que devoramos os contos. Mal deixamos a narrativa sobre os horrores do Panóptico e nos deparamos com uma população que habita edificações herméticas e altamente tecnológicas – os Zigurates – em meio ao Grande Deserto. Fora das três torres, o mundo é praticamente inabitável; a radiação solar é muito intensa e a única chance de haver resquícios de vida se encontra, talvez, dentro de cavernas. Contudo, nem mesmo sociedades vigiadas e superavançadas como essa estão completamente protegidas da fúria da natureza, mais e mais hostil ao longo dos milênios.
Distopia, apocalipse, investigações e ficção científica. Os oito contos da primeira metade do livro revelam um mundo em ruínas e um ser humano decadente, afundado em sua brilhante capacidade intelectual e em tecnologias inimagináveis.
Inter-relacionadas e imaginativas, as tramas provam que no avanço também mora o retrocesso – sociedades opressoras e um mundo completamente destruído são realidades aqui.
Um mergulho em águas orwellianas e somos jogados pelo narrador em meio a uma sociedade trancafiada e vigiada, dentro de uma estrutura circular – o Panóptico. Seguir a Unidade política e religiosa é a única opção – não fazê-lo é um crime muito grave e questioná-la resulta em torturas das mais terríveis. Já o Grande Irmão, Aquele Que Tudo Vê, é tão real quanto monstruoso.
O tempo avança à medida que devoramos os contos. Mal deixamos a narrativa sobre os horrores do Panóptico e nos deparamos com uma população que habita edificações herméticas e altamente tecnológicas – os Zigurates – em meio ao Grande Deserto. Fora das três torres, o mundo é praticamente inabitável; a radiação solar é muito intensa e a única chance de haver resquícios de vida se encontra, talvez, dentro de cavernas. Contudo, nem mesmo sociedades vigiadas e superavançadas como essa estão completamente protegidas da fúria da natureza, mais e mais hostil ao longo dos milênios.
Mais um salto no tempo e no espaço nos permite encontrar humanoides alienígenas e também vislumbrar a possibilidade de viajar no tempo – ideia que sempre fez brilhar os olhos de todo mortal. Imaginem um indivíduo – o último representante da espécie humana mais próxima à que conhecemos hoje, algo como uma evolução do homo sapiens – que passa a existência percorrendo milênios e encarnando diferentes personagens por onde passa... Parece incrível, né?
Se a primeira parte do livro tem essa pegada futurista, a segunda nos deixa no limbo, como que perdidos em algum lugar num tempo inalterável. A sensação é a de estamos presos numa bolha, sabe? Tudo aqui é envolto por um véu onírico, e uma atmosfera meio que gótica permeia as histórias.
Às vezes lembrando a literatura fantástica latino-americana, os textos e contos escritos na juventude do autor dialogam com a porção mais íntima do ser humano. Cada trecho tem alma própria, um não-sei-quê que grita, em desespero, para ser libertado.
Não posso deixar de mencionar as ilustrações de Pietro Luigi. Em tons negros, brancos e cinza, as formas muitas vezes abstratas delineiam o horror, a solidão, a incompreensibilidade.
Se você é do tipo de leitor que não resiste a histórias que desafiam a imaginação, bem, O Mosaico e Outras Histórias pode ser o livro que tá faltando aí na sua estante. Fica a minha sugestão!
Este post foi patrocinado por um autor que confia no trabalho do blog. O conteúdo é de autoria e reflete em sua totalidade a opinião do Livro Lab.
Se a primeira parte do livro tem essa pegada futurista, a segunda nos deixa no limbo, como que perdidos em algum lugar num tempo inalterável. A sensação é a de estamos presos numa bolha, sabe? Tudo aqui é envolto por um véu onírico, e uma atmosfera meio que gótica permeia as histórias.
Às vezes lembrando a literatura fantástica latino-americana, os textos e contos escritos na juventude do autor dialogam com a porção mais íntima do ser humano. Cada trecho tem alma própria, um não-sei-quê que grita, em desespero, para ser libertado.
Não posso deixar de mencionar as ilustrações de Pietro Luigi. Em tons negros, brancos e cinza, as formas muitas vezes abstratas delineiam o horror, a solidão, a incompreensibilidade.
Se você é do tipo de leitor que não resiste a histórias que desafiam a imaginação, bem, O Mosaico e Outras Histórias pode ser o livro que tá faltando aí na sua estante. Fica a minha sugestão!
LEIA PORQUE
O livro traz uma proposta diferenciada, fora da caixinha, e une elementos que agradam aos fãs de distopia, sci-fi e fantasia. E tem um plus: é literatura nacional – vamos valorizar nossos autores!DA EXPERIÊNCIA
Sabe aqueles livros em que cada capítulo é uma surpresa e você nunca sabe o que vai encontrar pela frente? Foi assim que eu me senti com cada conto de O Mosaico e Outras Histórias.FEZ PENSAR
Digamos uma sopa primordial com uma ou outra pitadinha de 1984, Foucault, Philip K. Dick, Mad Max, o terror cósmico de H.P. Lovecraft, Jorge Luis Borges e também alguma coisa de “Aura”, conto do mexicano Carlos Fuentes.
Onde comprar: Livraria Cultura
Título: O Mosaico e Outras Histórias
Autor(a): Nikolai Streisky
Ilustrações: Pietro Luigi
Editora: Chiado
Edição: 2016
Ano da obra: 2016
Páginas: 218
Este post foi patrocinado por um autor que confia no trabalho do blog. O conteúdo é de autoria e reflete em sua totalidade a opinião do Livro Lab.
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
Nenhum comentário