Resenha: Os Amantes de Hiroshima, de Toni Hill
Literatura espanhola 12 de dezembro de 2016 Aline T.K.M. 1 comentário
Há muito tempo tinha vontade de ler Toni Hill; para ser mais exata, desde o lançamento de O Verão das Bonecas Mortas – aquela capa simplesmente me fascinou certo dia numa livraria. Mas aí, você sabe, vivia naquelas de “depois eu compro, depois eu leio”, e nunca li.
Até que, sedenta por um bom thriller, tirei da estante Os Amantes de Hiroshima, o único livro que tenho do autor, por enquanto. Parêntese: ele é, na verdade, o terceiro volume da trilogia protagonizada pelo inspetor Héctor Salgado, formada por O Verão das Bonecas Mortas e Os Bons Suicidas – todos eles podem ser lidos de maneira independente.
Fui pega de surpresa e atirada numa Barcelona ensolarada, palco para os acontecimentos mais trágicos e até bizarros que eu poderia – ou não – imaginar. Como uma armadilha, essa “criança” de 500 páginas me envolveu desde os primeiros capítulos.
Testemunhamos, logo no prólogo, um jovem casal apaixonado ser surpreendido de maneira dolorosa e fatal. Sete anos depois, dois corpos são encontrados no porão de uma casa abandonada, já decompostos e entrelaçados em um abraço eterno, envoltos em uma mortalha de flores e junto a uma importante quantia em dinheiro. No térreo da casa, desenhos em telas cobrem as paredes de cima a baixo, compondo uma reprodução dos arredores e dos cadáveres que se encontram escondidos no porão.
Em seguida, acompanhamos o inspetor Héctor Salgado sendo interrogado, momento que se faz presente durante todo o livro, permeando os acontecimentos recentes e também os vislumbres do passado.
Salgado e sua equipe são encarregados de investigar o caso do assassinato de Cristina e Daniel, ocorrido há sete anos e que volta à tona com a descoberta desses corpos que, ao que tudo indica, pertencem aos jovens namorados.
Eles mergulham no que era o universo desses jovens à época do trágico acontecimento. A amizade e os conflitos com os integrantes da banda amadora Hiroshima, da qual Daniel era o vocalista, até os traumas e mágoas familiares, passando pela relação a três que Cristina e Daniel mantinham com o inteligente e introspectivo Ferran Badía.
Em paralelo, a agente Leire Castro segue se envolvendo nas investigações do intrigante desaparecimento de Ruth, a ex-esposa de Salgado, caso que está em curso desde o primeiro volume da trilogia.
Mistérios, quebra-cabeças e fatos dolorosos do passado que já não podem permanecer ocultos. Ao contrário de tantos outros thrillers policiais, em Os Amantes de Hiroshima as coisas vão acontecendo aos poucos. Tudo é elaborado à perfeição e o leitor, de repente, se vê enredado dos pés à cabeça com a trama – seja pela escrita detalhada de Toni Hill, pelos mistérios repletos de elementos inusitados, ou mesmo pela presença de uma Barcelona tão viva e cheia de personalidade, que é muito mais que mero pano de fundo para os acontecimentos.
O fato é que Os Amantes de Hiroshima é, indiscutivelmente, uma leitura para não esquecer tão cedo. A literatura noir de Toni Hill converte qualquer leitor em fã e faz desse barcelonês um autor para a gente manter no radar. E se, assim como eu, você também não leu os outros dois primeiros volumes da trilogia, vai sem medo que o livro é ótimo e dá para acompanhar tranquilamente.
Depois desse arrebatamento em forma de romance policial, acredite, você vai terminar a leitura querendo desesperadamente se jogar nos dois livros anteriores. Eu, pelo menos, não vou sossegar enquanto não devorá-los!
Até que, sedenta por um bom thriller, tirei da estante Os Amantes de Hiroshima, o único livro que tenho do autor, por enquanto. Parêntese: ele é, na verdade, o terceiro volume da trilogia protagonizada pelo inspetor Héctor Salgado, formada por O Verão das Bonecas Mortas e Os Bons Suicidas – todos eles podem ser lidos de maneira independente.
Fui pega de surpresa e atirada numa Barcelona ensolarada, palco para os acontecimentos mais trágicos e até bizarros que eu poderia – ou não – imaginar. Como uma armadilha, essa “criança” de 500 páginas me envolveu desde os primeiros capítulos.
Testemunhamos, logo no prólogo, um jovem casal apaixonado ser surpreendido de maneira dolorosa e fatal. Sete anos depois, dois corpos são encontrados no porão de uma casa abandonada, já decompostos e entrelaçados em um abraço eterno, envoltos em uma mortalha de flores e junto a uma importante quantia em dinheiro. No térreo da casa, desenhos em telas cobrem as paredes de cima a baixo, compondo uma reprodução dos arredores e dos cadáveres que se encontram escondidos no porão.
Em seguida, acompanhamos o inspetor Héctor Salgado sendo interrogado, momento que se faz presente durante todo o livro, permeando os acontecimentos recentes e também os vislumbres do passado.
Salgado e sua equipe são encarregados de investigar o caso do assassinato de Cristina e Daniel, ocorrido há sete anos e que volta à tona com a descoberta desses corpos que, ao que tudo indica, pertencem aos jovens namorados.
Eles mergulham no que era o universo desses jovens à época do trágico acontecimento. A amizade e os conflitos com os integrantes da banda amadora Hiroshima, da qual Daniel era o vocalista, até os traumas e mágoas familiares, passando pela relação a três que Cristina e Daniel mantinham com o inteligente e introspectivo Ferran Badía.
Em paralelo, a agente Leire Castro segue se envolvendo nas investigações do intrigante desaparecimento de Ruth, a ex-esposa de Salgado, caso que está em curso desde o primeiro volume da trilogia.
Mistérios, quebra-cabeças e fatos dolorosos do passado que já não podem permanecer ocultos. Ao contrário de tantos outros thrillers policiais, em Os Amantes de Hiroshima as coisas vão acontecendo aos poucos. Tudo é elaborado à perfeição e o leitor, de repente, se vê enredado dos pés à cabeça com a trama – seja pela escrita detalhada de Toni Hill, pelos mistérios repletos de elementos inusitados, ou mesmo pela presença de uma Barcelona tão viva e cheia de personalidade, que é muito mais que mero pano de fundo para os acontecimentos.
O fato é que Os Amantes de Hiroshima é, indiscutivelmente, uma leitura para não esquecer tão cedo. A literatura noir de Toni Hill converte qualquer leitor em fã e faz desse barcelonês um autor para a gente manter no radar. E se, assim como eu, você também não leu os outros dois primeiros volumes da trilogia, vai sem medo que o livro é ótimo e dá para acompanhar tranquilamente.
Depois desse arrebatamento em forma de romance policial, acredite, você vai terminar a leitura querendo desesperadamente se jogar nos dois livros anteriores. Eu, pelo menos, não vou sossegar enquanto não devorá-los!
LEIA PORQUE
A trama é envolvente e bem detalhada, e se passa em Barcelona, né, gente! Amor por essa cidade! Outra coisa legal é que o livro traz referências literárias e cinematográficas, para a alegria de quem adora se deparar com outros livros e filmes durante a leitura.DA EXPERIÊNCIA
Ano de boas descobertas literárias, este 2016 safadinho. E meu primeiro contato com Toni Hill, ainda mais com esse livro, com certeza está entre as melhores.FEZ PENSAR
Minha vontade de ler algo de Henry James só aumentou depois das referências a A Volta do Parafuso. Fiquei curiosíssima para ler o livro, sem contar que também já tinha outro do autor – Pelos Olhos de Maisie – na fila de leitura. Confesso também que fiquei feliz ao encontrar menção ao conto “Os Mortos”, de James Joyce – adoro!
Onde comprar: Saraiva
Título: Os Amantes de Hiroshima
Título original: Los Amantes de Hiroshima
Autor(a): Toni Hill
Tradução: Fátima Couto
Editora: Tordesilhas
Edição: 2016
Ano da obra: 2014
Páginas: 504
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
1 comentário
Me dá um spoiler, o que aconteceu c Ruth?
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