"O Sonho de Greta" traz os monstros enfrentados na adolescência
Adolescência 21 de abril de 2017 Aline T.K.M. 2 comentários
Os 15 anos marcam uma fase única na vida de todo adolescente. Época de descobertas, mas também de dificuldades, especialmente quando você é nova na escola, não tem amigos, é perturbada pelas garotas populares, e seus pais parecem viver num universo paralelo.
É essa a temática de O Sonho de Greta, o primeiro filme da diretora australiana Rosemary Myers, que estreou ontem nos cinemas.
Com doçura, honestidade e um toque de fantasia, o longa aborda o desabrochar da adolescência. Uma garota que precisa combater seus monstros particulares e sair de seu mundinho fechado, afirmando a própria identidade e suas vontades.
É essa a temática de O Sonho de Greta, o primeiro filme da diretora australiana Rosemary Myers, que estreou ontem nos cinemas.
Com doçura, honestidade e um toque de fantasia, o longa aborda o desabrochar da adolescência. Uma garota que precisa combater seus monstros particulares e sair de seu mundinho fechado, afirmando a própria identidade e suas vontades.
Anos 70. Greta Driscoll está prestes a completar 15 anos, acabou de mudar de cidade e fez apenas um amigo – meio contra sua vontade – na nova escola: o fofo e esquisitinho Elliott. Solitário e passando por todo tipo de zoação, ele praticamente forçou uma amizade com a garota, mas eles se dão bem.
Greta também passa por maus bocados ao virar alvo de bullying por parte de três irmãs, populares e um tanto maldosas, que resolver tornar sua vida um pequeno inferno.
Como se tudo isso não fosse o bastante, os pais de Greta resolvem comemorar os 15 anos da filha com uma festa em casa. Os convidados? Todos os alunos da nova escola – uma tentativa de ajudar a garota a se enturmar.
Não vamos nos esquecer que estamos em plena década setentista. Se depender dos (esquisitões) pais de Greta, tudo é sempre muito colorido, exagerado e até caricato; ao contrário da irmã mais velha, meio hippie, meio rebelde, que só pensa no namorado. Enquanto a música disco rola solta na pista improvisada na sala de estar, a aniversariante é obrigada a exibir um look bonequinha, com vestido rosa de babado e cabelo impecável – totalmente o oposto de sua personalidade.
Não aguentando a pressão por nunca ser ouvida e por aceitar tudo o que lhe impõem o tempo todo, além de ser provocada pelo trio das populares até na própria festa, Greta se deixa cair num sono profundo e cheio de surpresas. Atraída pela floresta atrás de sua casa, a garota finalmente adentra o lugar, que se revela mais sombrio do que ela imaginava.
Perseguições, seres pitorescos e assustadores (com feições estranhamente familiares), um cantor francês que exala sexo, e até uma guerreira finlandesa que ajuda Greta a sobreviver e a superar todos aqueles monstros que anseiam por pegá-la. Recheado de metáforas e símbolos, e mergulhando no absurdo, o filme retrata o doloroso amadurecer e o rompimento com a infância e a inocência, processo pelo qual todos os jovens são obrigados a passar.
Perseguições, seres pitorescos e assustadores (com feições estranhamente familiares), um cantor francês que exala sexo, e até uma guerreira finlandesa que ajuda Greta a sobreviver e a superar todos aqueles monstros que anseiam por pegá-la. Recheado de metáforas e símbolos, e mergulhando no absurdo, o filme retrata o doloroso amadurecer e o rompimento com a infância e a inocência, processo pelo qual todos os jovens são obrigados a passar.
Divertido e muito bonito visualmente – a estética e muitos elementos, como a fotografia simétrica, me remeteram ao gracioso Moonrise Kingdom, de Wes Anderson –, O Sonho de Greta é um dos filmes mais adoráveis sobre a adolescência que já tive a chance de ver. Curiosidade: o filme foi baseado em uma produção teatral escrita por Matthew Whittet, que também é o roteirista e interpreta o pai de Greta no cinema.
Cheio de originalidade, O Sonho de Greta é um respiro doce em resposta aos tantos filmes que mostram a adolescência e os adolescentes como extremamente problemáticos e desesperançados. Apesar de todos os conflitos dessa fase, ainda há encanto e beleza na jornada do crescer, mesmo que seja preciso enfrentar um par de monstros durante o caminho.
Às vésperas de completar 15 anos, Greta Driscoll (Bethany Whitmore) se sente enclausurada. Ela acabou de mudar de escola e está sofrendo bullying de um trio de valentonas. Além disso, ela não consegue suportar a ideia de ter que deixar a infância e tudo aquilo que lhe oferece conforto para adentrar um mundo novo, que não compreende. Com Elliot (Harrison Feldman), seu único amigo e que sonha em namorá-la, ela trilha esse caminho até os pais lhe prepararem uma festa contra a sua vontade. Ali, uma situação inesperada a coloca em um mundo paralelo estranhamente erótico, um pouco violento e completamente absurdo.
Prêmio do Público de Melhor Filme no Adelaide Film Festival; Prêmio da Crítica de Melhor Filme Australiano no Melbourne International Film Festival; Grande Prêmio do Júri e Prêmio do Júri Jovem de Melhor Filme no Seattle International Film Festival.
Cheio de originalidade, O Sonho de Greta é um respiro doce em resposta aos tantos filmes que mostram a adolescência e os adolescentes como extremamente problemáticos e desesperançados. Apesar de todos os conflitos dessa fase, ainda há encanto e beleza na jornada do crescer, mesmo que seja preciso enfrentar um par de monstros durante o caminho.
TRAILER E SINOPSE
Às vésperas de completar 15 anos, Greta Driscoll (Bethany Whitmore) se sente enclausurada. Ela acabou de mudar de escola e está sofrendo bullying de um trio de valentonas. Além disso, ela não consegue suportar a ideia de ter que deixar a infância e tudo aquilo que lhe oferece conforto para adentrar um mundo novo, que não compreende. Com Elliot (Harrison Feldman), seu único amigo e que sonha em namorá-la, ela trilha esse caminho até os pais lhe prepararem uma festa contra a sua vontade. Ali, uma situação inesperada a coloca em um mundo paralelo estranhamente erótico, um pouco violento e completamente absurdo.
Prêmio do Público de Melhor Filme no Adelaide Film Festival; Prêmio da Crítica de Melhor Filme Australiano no Melbourne International Film Festival; Grande Prêmio do Júri e Prêmio do Júri Jovem de Melhor Filme no Seattle International Film Festival.
O Sonho de Greta (Girl Asleep) – 77 min.
Austrália – 2015
Direção: Rosemary Myers
Roteiro: Matthew Whittet
Elenco: Bethany Whitmore, Harrison Feldman, Amber McMahon, Matthew Whittet, Imogen Archer, Eamon Farren, Tilda Cobham-Hervey
Estreia: 20 de abril
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
2 comentários
Não tinha ouvido falar desse filme, mas já gostei!
ResponderExcluirDe fato, a fotografia dele está bem bacana (pelo que dá pra ver nas fotos)
Adoro filmes que falam sobre adolescência e suas dificuldades e adorei esse estilo dos anos 70, tudo colorido e tal. Já tô com pena dessa menina antes de ver rs
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Aii, esse filme é uma graça! Ele é meio alternativo e por isso não está em todos os cinemas, mas vale a pena dar uma procurada onde está passando e ir ver. Dá uma peninha da Greta no começo, mas depois a gente vê como ela fica forte. =)
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