Por que você vai amar As Duas Irenes, filme que estreia esta semana nos cinemas
Adolescência 11 de setembro de 2017 Aline T.K.M. 2 comentários
Amo ir ao cinema conferir alguma produção nacional – quase sempre saio surpreendida e tocada pelo filme. Desta última vez não foi diferente. As Duas Irenes, o primeiro longa de Fabio Meira, que estreia nesta quinta-feira (14), me conquistou pela delicadeza e pelo tom, situado em algum lugar entre a doçura infantil e as tempestades da juventude.
Ambientado em uma cidadezinha interiorana de décadas passadas, o filme conta a história de Irene (Priscila Bittencourt), uma menina que 13 anos que descobre que o pai (Marco Ricca) tem outra família e uma outra filha da mesma idade, também chamada Irene (Isabela Torres).
Ambientado em uma cidadezinha interiorana de décadas passadas, o filme conta a história de Irene (Priscila Bittencourt), uma menina que 13 anos que descobre que o pai (Marco Ricca) tem outra família e uma outra filha da mesma idade, também chamada Irene (Isabela Torres).
A garota, tomada pelos sentimentos mais diversos e ainda pouco compreendidos, começa a se aproximar dessa outra Irene – sua meia-irmã – sem, no entanto, lhe revelar a verdade. Tão diferentes uma da outra, elas acabam desenvolvendo uma bonita relação de amizade e cumplicidade, enquanto vivem as descobertas do início da adolescência.
Se você é um cinéfilo ou cinéfila de alma mais sensível, que se delicia com os menores detalhes, com silêncios, com olhares curiosos e com segredos, tem tudo para gostar deste filme. Separei logo abaixo alguns tópicos bem bacanas para mostrar – e te convencer de vez – por que você vai amar As Duas Irenes!
Se você é um cinéfilo ou cinéfila de alma mais sensível, que se delicia com os menores detalhes, com silêncios, com olhares curiosos e com segredos, tem tudo para gostar deste filme. Separei logo abaixo alguns tópicos bem bacanas para mostrar – e te convencer de vez – por que você vai amar As Duas Irenes!
A trama toda se desenrola a partir do olhar e das experiências da Irene da família principal, como num romance de formação. Filha do meio – ela tem mais duas irmãs – e na porta de entrada da adolescência, ela parece deslocada no mundo e dentro da própria casa.
Ao descobrir a outra Irene – e a vida dupla do pai –, ela experimenta sentimentos variados da maneira mais pura e bruta que um ser humano ainda em formação pode vivenciar. Raiva, inveja, ciúme, incompreensão. Irene passa por tudo isso e ainda tem de lidar com as questões próprias da idade.
Entretanto, encontra na outra Irene uma grande companheira, alguém que irá ajudá-la a sair do casulo, a abrir-se para o mundo e a encontrar a própria identidade. O desfecho desta história é perfeito e acontece quase como uma brincadeira, fazendo jus ao olhar maroto, mas já consciente, das duas meninas.
Ao descobrir a outra Irene – e a vida dupla do pai –, ela experimenta sentimentos variados da maneira mais pura e bruta que um ser humano ainda em formação pode vivenciar. Raiva, inveja, ciúme, incompreensão. Irene passa por tudo isso e ainda tem de lidar com as questões próprias da idade.
Entretanto, encontra na outra Irene uma grande companheira, alguém que irá ajudá-la a sair do casulo, a abrir-se para o mundo e a encontrar a própria identidade. O desfecho desta história é perfeito e acontece quase como uma brincadeira, fazendo jus ao olhar maroto, mas já consciente, das duas meninas.
A história do filme foi inspirada na própria família do diretor e roteirista, Fabio Meira. Aos 13 anos, em uma brincadeira inocente – o jogo do anel, que os personagens fazem na cena do aniversário do Tonico, o pai das garotas –, ele descobriu que o avô tinha outros filhos fora do casamento e que tinha duas filhas com o mesmo nome.
Anos depois, já adulto, ele decidiu fazer um filme sobre o que poderia ter acontecido caso sua tia tivesse tido interesse em conhecer a outra menina, sua meia-irmã que levava o mesmo nome que ela. Além disso, Meira diz que muito da construção dos personagens da casa principal foi baseada em seus avós e tias, e que a Irene da família principal tem muito de sua tia e também de si mesmo.
Anos depois, já adulto, ele decidiu fazer um filme sobre o que poderia ter acontecido caso sua tia tivesse tido interesse em conhecer a outra menina, sua meia-irmã que levava o mesmo nome que ela. Além disso, Meira diz que muito da construção dos personagens da casa principal foi baseada em seus avós e tias, e que a Irene da família principal tem muito de sua tia e também de si mesmo.
A temática do filme até poderia abrigar um drama familiar mais carregado, mas a leveza foi uma escolha superacertada aqui. A descoberta e o sentimento de traição causam confusão na cabeça de uma garota tão nova? Sim. Mas, apesar de tudo, o que predomina é o frescor da amizade e das experiências juvenis entre as meninas. É, acima de tudo, uma história sobre descobertas e amadurecimento, sobre cumplicidade e sobre encontrar a própria identidade.
A história se passa em uma cidadezinha do interior, em um tempo não exatamente explicitado, mas que dá dicas por meio das vestimentas e da trilha sonora. Essa “inexatidão” amplia os horizontes da história, que retrata uma situação recorrente na América Latina por conta do machismo ainda tão entranhado na sociedade.
Por outro lado, o que eu quero dizer com isso é que, por uma hora e meia, mergulhamos num mundo sem celulares e tecnologias, onde as meninas usam saias rodadas e cantarolam “Banho de Lua”, e os adolescentes se divertem nadando no rio ou pegando um cinema – o único do local, onde um buraco no muro faz as vezes de bilheteria – para trocar beijos com as garotas e garotos de que estão a fim. Dá aquela nostalgia esquisita de um algo, uma época, que não vivemos, sabe?
Por outro lado, o que eu quero dizer com isso é que, por uma hora e meia, mergulhamos num mundo sem celulares e tecnologias, onde as meninas usam saias rodadas e cantarolam “Banho de Lua”, e os adolescentes se divertem nadando no rio ou pegando um cinema – o único do local, onde um buraco no muro faz as vezes de bilheteria – para trocar beijos com as garotas e garotos de que estão a fim. Dá aquela nostalgia esquisita de um algo, uma época, que não vivemos, sabe?
Todas as personagens infantojuvenis de destaque são garotas e isso diz muito sobre a atmosfera do longa. Meninas carregam um universo vasto dentro de si, são fortes e duronas, mas também trazem uma delicadeza ímpar no olhar, na maneira de conceber o mundo. São desde sempre pequenas mulheres, em todos os sentidos.
Irene, 13 anos, descobre que o pai tem uma segunda família e outra filha de sua mesma idade, também chamada Irene. Sem que ninguém saiba, ela se arrisca para conhecer a menina e acaba descobrindo uma Irene completamente diferente dela.
TRAILER E FICHA TÉCNICA
Irene, 13 anos, descobre que o pai tem uma segunda família e outra filha de sua mesma idade, também chamada Irene. Sem que ninguém saiba, ela se arrisca para conhecer a menina e acaba descobrindo uma Irene completamente diferente dela.
As Duas Irenes – 89 min.
Brasil – 2017
Direção: Fabio Meira
Roteiro: Fabio Meira
Elenco: Priscila Bittencourt, Isabela Torres, Marco Ricca, Susana Ribeiro, Inês Peixoto, Teuda Bara, Maju Souza, Ana Reston
Estreia: 14 de setembro
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
2 comentários
Ótima resenha, estou morrendo de curiosidade! Lindo Blog. Parabéns! =) Já vou sentar, tomar um café e ficar por aqui.
ResponderExcluirOie, que bacana ter sua visita por aqui e saber que você gostou do blog! <3 Olha, esse filme é de uma delicadeza sem igual, se puder assista! Um beijão!
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