3 ótimos motivos para ver Jogo Perigoso no Netflix... e 1 pequena escorregada do filme
Cinema dos EUA 13 de outubro de 2017 Aline T.K.M. Nenhum comentário
É sexta-feira 13 e vocês certamente devem estar esperando encontrar aqui um terror dos fortes, aquela coisa toda de criancinhas possuídas, fantasmas ou uma carnificina bem escrachada. Só que eu trouxe algo melhor, beeeem melhor!
Jogo Perigoso é simplesmente um dos filmes do Netflix mais falados nas últimas semanas e não é para menos – esse thriller psicológico megatenso é baseado no livro homônimo do Stephen King, o mestre do terror que a gente tanto ama. A direção fica por conta de Mike Flanagan, e o filme estreou no dia 29 de setembro.
Jogo Perigoso é simplesmente um dos filmes do Netflix mais falados nas últimas semanas e não é para menos – esse thriller psicológico megatenso é baseado no livro homônimo do Stephen King, o mestre do terror que a gente tanto ama. A direção fica por conta de Mike Flanagan, e o filme estreou no dia 29 de setembro.
Gerald (Bruce Greenwood) e Jessie (Carla Gugino) estão casados há bastante tempo e, para dar uma apimentada na relação, vão para uma casa afastada para aproveitar um tempinho juntos. Isto inclui jogos sexuais, mais precisamente os jogos que Gerald adora e que envolvem algemas.
Porém, um acontecimento trágico muda completamente a situação. De repente, Jessie está algemada na cama, completamente sozinha. Sem ter a quem pedir socorro e sem acesso a comida, ela tenta sobreviver e achar uma solução para sair dali. Só que ela não contava com a presença de um cachorro faminto e dos fantasmas do passado, que resolvem aparecer para aterrorizá-la.
Porém, um acontecimento trágico muda completamente a situação. De repente, Jessie está algemada na cama, completamente sozinha. Sem ter a quem pedir socorro e sem acesso a comida, ela tenta sobreviver e achar uma solução para sair dali. Só que ela não contava com a presença de um cachorro faminto e dos fantasmas do passado, que resolvem aparecer para aterrorizá-la.
O filme é sensacional, podem confiar! Listo abaixo 3 ótimos motivos para ligar no Netflix agora e conferir – se é que vocês já não fizeram isso! Também acho justo falar que o filme teve, sim, seu momento escorregão. Foi um deslize dos leves, mas vale dizer, né. Então, bora conferir tudo isso logo a seguir!
Inclusive as cenas que exigem um estômago mais forte estão lá e são dignas do nosso respeito. Eu, que não sou tão sensível a cenas fortes e curto ver uma carnificinazinha nos filmes, vou dizer para vocês: algumas partes de Jogo Perigoso chegaram a me dar arrepio...
As consequências a longo prazo são devastadoras, mas também silenciosas. A relação com outras pessoas, os relacionamentos amorosos, determinados padrões de comportamento, certa submissão e permissividade perante o outro; a pessoa abusada uma vez continua a ser abusada por anos e anos, de diferentes maneiras e por diferentes pessoas.
1. SIM, ESTÁ À ALTURA DO LIVRO DO TITIO KING
Apesar de não ser assim 100% fielzinho ao livro, o filme de Mike Flanagan faz muito jus à obra do Stephen King. Desde a atmosfera de tensão, que vai sendo cuidadosamente construída a partir dos minutos iniciais, até os delírios e alucinações da protagonista, que são uma verdadeira panela de pressão psicológica.Inclusive as cenas que exigem um estômago mais forte estão lá e são dignas do nosso respeito. Eu, que não sou tão sensível a cenas fortes e curto ver uma carnificinazinha nos filmes, vou dizer para vocês: algumas partes de Jogo Perigoso chegaram a me dar arrepio...
2. ABUSO SEXUAL: UMA FERIDA QUE NÃO CICATRIZA
Além de tratar sobre a violência contra a mulher e o machismo, o filme também mira os holofotes sobre o tema do abuso sexual na infância e adolescência, e em como essa ferida custa a cicatrizar. Muitas vezes, ela permanece aberta e sangrando por toda uma vida.As consequências a longo prazo são devastadoras, mas também silenciosas. A relação com outras pessoas, os relacionamentos amorosos, determinados padrões de comportamento, certa submissão e permissividade perante o outro; a pessoa abusada uma vez continua a ser abusada por anos e anos, de diferentes maneiras e por diferentes pessoas.
Um ponto bem importante que a gente vê no filme é, também, o jogo de culpa e manipulação a que Jessie é submetida ainda criança por seu abusador e que, posteriormente, vem a se repetir com o marido.
Estar algemada à cama, sozinha e sob risco de morte é uma provação imensa, e serve de gatilho para que os traumas do passado venham à tona. Jessie luta para sobreviver, mas também é chegada a hora de enfrentar seus fantasmas e superar um passado que tanto a feriu.
Estar algemada à cama, sozinha e sob risco de morte é uma provação imensa, e serve de gatilho para que os traumas do passado venham à tona. Jessie luta para sobreviver, mas também é chegada a hora de enfrentar seus fantasmas e superar um passado que tanto a feriu.
3. OS MONSTROS SÃO MAIS REAIS DO QUE A GENTE IMAGINA...
Em segundo plano, a adaptação inclui uma trama menor que caminha em paralelo ao conflito de Jessie. O protagonista dessa mini-história é um homem/criatura – o “homem feito de luar” –, que adquire um ar sobrenatural e tudo indica ser mais um produto da mente já atormentada de Jessie.
Apesar de superficial e, aparentemente, banal e dispensável, esta trama paralela tem um papel interessante na história central. É o expurgo de Jessie no mundo físico, dada a impossibilidade de confrontar o marido e o seu agressor da infância. É também uma mostra de que mesmo os monstros mais bizarros podem ser reais; no entanto, seu verdadeiro tamanho é totalmente proporcional às dimensões que a gente se permite dar a eles.
So, folks, não subestimem esta subtrama do filme.
A submissão, a representação das algemas, a culpa. O paralelo traçado entre os dois homens que tanto marcaram a vida de Jessie é dado para o espectador de um jeito meio mastigadinho demais; ainda magistral, concordo, mas já fazendo metade da digestão e não deixando todo o “trabalho de pensar” para quem assiste.
Como eu disse, o filme não deixa de ser magistral, nem mesmo nesse momento. Tem esse tropicão e até podia ter sido diferente, mas mesmo assim Flanagan mandou muito bem. Jogo Perigoso ainda é um filme cinco estrelinhas para mim – e tenho certeza que para a maioria de vocês também.
So, folks, não subestimem esta subtrama do filme.
MAS... DÁ UMA ESCORREGADA DE LEVE
Não chega a ser um tombo, mas apenas uma escorregadinha de leve. Aquele momento em que a gente perde o equilíbrio, dá uma sambada e volta na pose, sabe?! Me refiro ao fato de o filme explicar de forma mais explícita do que o necessário a relação entre o relacionamento abusivo do presente e o abuso do passado.A submissão, a representação das algemas, a culpa. O paralelo traçado entre os dois homens que tanto marcaram a vida de Jessie é dado para o espectador de um jeito meio mastigadinho demais; ainda magistral, concordo, mas já fazendo metade da digestão e não deixando todo o “trabalho de pensar” para quem assiste.
Como eu disse, o filme não deixa de ser magistral, nem mesmo nesse momento. Tem esse tropicão e até podia ter sido diferente, mas mesmo assim Flanagan mandou muito bem. Jogo Perigoso ainda é um filme cinco estrelinhas para mim – e tenho certeza que para a maioria de vocês também.
TRAILER E FICHA TÉCNICA
O casal Gerald (Bruce Greenwood) e Jessie (Carla Gugino) vão para sua casa de campo buscando aproveitar um momento romântico que envolve jogos sexuais. Depois de ser algemada na cama, Jessie participa dos jogos do marido, até que a situação tem uma mudança trágica. Ela é deixada amarrada e sozinha com suas memórias dolorosas de infância, um cachorro de rua faminto, as vozes em sua mente, e, possivelmente, alguém que a observa do canto escuro do quarto.
Jogo Perigoso (Gerald’s Game) – 105 min.
EUA – 2017
Direção: Mike Flanagan
Roteiro: Mike Flanagan, Jeff Howard, baseado na obra de Stephen King
Elenco: Carla Gugino, Bruce Greenwood, Henry Thomas, Carel Struycken, Chiara Aurelia, Kate Siegel
Classificação: 18 anos
Estreia: 29 de setembro no Netflix
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
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