3 motivos para ver O Formidável + Michel Hazanavicius fala sobre Louis Garrel e o filme
Cinema francês 24 de outubro de 2017 Aline T.K.M. Nenhum comentário
Jean-Luc Godard é um dos cineastas essenciais da história do cinema e também um dos expoentes da Nouvelle Vague – movimento criado na França no fim da década de 50 e que consistiu em uma nova estética de cinema, contrariando as superproduções americanas; o chamado “cinema de autor”. E o tema deste post é bem mais que um mero filme autobiográfico.
Dirigido por Michel Hazanavicius (oscarizado 5 vezes pelo filme O Artista), O Formidável estreia esta semana no cinema e arranca risadas ao abordar com genialidade um período controverso da vida e da carreira de Godard.
Curiosos?! Acompanhem aqui 3 motivos para ver o filme. E mais: rolou até uma minientrevista com Hazanavicius sobre a escolha de Louis Garrel para interpretar Jean-Luc Godard e seu trabalho no filme.
Dirigido por Michel Hazanavicius (oscarizado 5 vezes pelo filme O Artista), O Formidável estreia esta semana no cinema e arranca risadas ao abordar com genialidade um período controverso da vida e da carreira de Godard.
Curiosos?! Acompanhem aqui 3 motivos para ver o filme. E mais: rolou até uma minientrevista com Hazanavicius sobre a escolha de Louis Garrel para interpretar Jean-Luc Godard e seu trabalho no filme.
O Formidável se desenrola na Paris de 1967, quando Godard roda o filme A Chinesa e inicia um relacionamento com sua protagonista, Anne Wiazemsky, 20 anos mais nova. O novo filme não tem a recepção esperada e Godard se torna cada vez mais radical em seu discurso político, inserindo seus filmes nesse universo. Ao mesmo tempo, sua história de amor com Anne se deteriora.
3 motivos para conferir O Formidável no cinema:
3 motivos para conferir O Formidável no cinema:
1. TIRA GODARD DO PEDESTAL
Fim da década de 60, Godard se prende de tal maneira a seus ideais revolucionários que tudo o que ele acaba conseguindo é ser rotulado de chato, implicante e portador de um discurso que ninguém compreende nem acredita. Mesmo entre os estudantes e revolucionários, Jean-Luc Godard passa a ser atacado. É chato até com seus admiradores, que passam a questioná-lo com mais e mais frequência sobre quando ele voltará a fazer filmes divertidos.
O filme traz Godard sob outra perspectiva, uma desconstrução da figura do cineasta que é um dos mitos da Nouvelle Vague. Ao mesmo tempo em que o tira do pedestal, a comédia também é uma espécie de homenagem a Godard.
Um dos momentos hilários do filme é Godard tendo os óculos quebrados repetidas vezes, geralmente pisoteados ao acaso pela multidão, apenas para em seguida comprar novos pares, iguais aos anteriores. O que é aparentemente sem sentido e apenas engraçado pode também anunciar a maculação da imagem idealizada do ídolo, ou mesmo as mudanças que se operavam nele e que seriam refletidas em seu trabalho posterior.
Servindo-se de um aspecto da própria linguagem cinematográfica de Godard, o longa é marcado por interações nas quais o ator, por alguns momentos, retira a máscara do personagem para falar ao espectador do outro lado da telona.
Um dos momentos hilários do filme é Godard tendo os óculos quebrados repetidas vezes, geralmente pisoteados ao acaso pela multidão, apenas para em seguida comprar novos pares, iguais aos anteriores. O que é aparentemente sem sentido e apenas engraçado pode também anunciar a maculação da imagem idealizada do ídolo, ou mesmo as mudanças que se operavam nele e que seriam refletidas em seu trabalho posterior.
2. HISTÓRIA DE AMOR INSPIRADA EM UM LIVRO
O Formidável foi inspirado no livro Un An Après (Um Ano Depois), no qual Anne Wiazemsky fala sobre seu relacionamento – e o fim dele – com Jean-Luc Godard. Michel Hazanavicius disse ter achado o livro emocionante e decidiu fazer uma comédia em cima da história.3. LOUIS GARREL DE UM JEITO QUE EU NUNCA VI – E GARANTO QUE VOCÊS TAMBÉM NÃO!
Cabelo escasso e entradas enormes na testa, além de uma voz meio fanha, acompanhada de uma dicção longe de ser perfeita. É assim que Louis Garrel surge na tela encarnando Godard. E parece caber à perfeição na pele do personagem, alternando seriedade, ironia e discursos fervorosos.Servindo-se de um aspecto da própria linguagem cinematográfica de Godard, o longa é marcado por interações nas quais o ator, por alguns momentos, retira a máscara do personagem para falar ao espectador do outro lado da telona.
Com Stacy Martin no papel de Anne, Garrel faz uma dupla e tanto. Uma das cenas mais bonitas do filme – e uma das mais bonitas que vi no cinema este ano – é o momento de amor entre o casal. Em preto e branco, fechando apenas em detalhes que traduzem sensações: uma boca, um suspiro, o prazer.
Outra cena que vale a pena ser mencionada ocorre durante o café da manhã, na cozinha. O casal dialoga, mas nada do que eles dizem é o que realmente querem dizer – entre parênteses, na legenda, vem o que eles gostariam de dizer. Muito bom.
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Paris, 1967. Jean-Luc Godard (Louis Garrel), o cineasta mais promissor de sua geração, está em meio às filmagens de A Chinesa, filme que narra a história de um grupo de jovens que tentam incorporar princípios maoístas ao seu cotidiano político. O longa é protagonizado por Anne Wiazemsky (Stacy Martin), 20 anos mais nova, com quem ele inicia um relacionamento. Felizes e apaixonados, eles se casam, mas a recepção do filme em seu lançamento desencadeia em Godard profundos questionamentos. Os eventos de maio de 1968 ampliarão ainda mais o processo do cineasta, transformando-o em um diretor tanto incompreendido quanto incompreensível.
Outra cena que vale a pena ser mencionada ocorre durante o café da manhã, na cozinha. O casal dialoga, mas nada do que eles dizem é o que realmente querem dizer – entre parênteses, na legenda, vem o que eles gostariam de dizer. Muito bom.
MICHEL HAZANAVICIUS FALA SOBRE LOUIS GARREL E O FILME
Minientrevista com o diretor Michel Hazanavicius sobre o trabalho de Louis Garrel no filme!TRAILER E FICHA TÉCNICA
Paris, 1967. Jean-Luc Godard (Louis Garrel), o cineasta mais promissor de sua geração, está em meio às filmagens de A Chinesa, filme que narra a história de um grupo de jovens que tentam incorporar princípios maoístas ao seu cotidiano político. O longa é protagonizado por Anne Wiazemsky (Stacy Martin), 20 anos mais nova, com quem ele inicia um relacionamento. Felizes e apaixonados, eles se casam, mas a recepção do filme em seu lançamento desencadeia em Godard profundos questionamentos. Os eventos de maio de 1968 ampliarão ainda mais o processo do cineasta, transformando-o em um diretor tanto incompreendido quanto incompreensível.
O Formidável (Le Redoutable) – 107 min.
França – 2017
Direção: Michel Hazanavicius
Roteiro: Michel Hazanavicius, baseado na obra de Anne Wiazemsky
Elenco: Louis Garrel, Stacy Martin, Bérénice Bejo, Micha Lescot, Grégory Gadebois, Jean-Pierre Gorin
Estreia: 26 de outubro
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
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