E se, por uma boa soma, você tivesse de interferir negativamente na vida de uma pessoa? E se, mais que uma proposta, tal situação lhe fosse imposta – e qualquer hesitação colocasse em perigo pessoas importantes em sua vida?

Esta é a premissa de O Passageiro, o novo filme de Jaume Collet-Serra (diretor de Sem Escalas e de Águas Rasas), com Liam Neeson e Vera Farmiga no elenco. O longa chega aos cinemas no dia 8 de março.

Michael (Liam Neeson) é um vendedor de seguros que, em um de seus trajetos diários de trem, é abordado por uma misteriosa mulher com uma oferta um tanto esquisita e tentadora: identificar um passageiro a bordo que não costuma pegar o trem habitualmente e que leva em sua bolsa algo que não lhe pertence.

O detalhe é que o que era proposta acaba sendo uma imposição; Michael passa a ser forçado a cumprir a tarefa e precisa correr contra o tempo, pois o passageiro deve ser encontrado antes que o trem chegue ao seu destino.

Ainda, Michael se dá conta de que a situação é mais séria do que pensava, e se vê em meio a uma conspiração que coloca não apenas sua vida em risco, como também a dos demais passageiros no trem.

Há algo que sempre me fascina em certos filmes de suspense: quando toda ou a maior parte da ação se desenrola em um local fechado, chegando a níveis claustrofóbicos até.

A sensação de estar em um ambiente relativamente pequeno com estranhos, sem a possibilidade de abandonar o local a qualquer momento e com a certeza de estar sendo observado, tudo isso está longe de ser algo inovador ou mesmo puramente genial. Mas a fórmula, quando bem utilizada, quase sempre é um tiro certeiro. O Passageiro segue essa linha – nossos nervos são testados a bordo do trem que o protagonista pega diariamente para ir e voltar do trabalho.

Os momentos de tensão psicológica são intercalados com as sequências de ação de forma equilibrada. Eu, como uma cinéfila um tanto reticente quanto a cenas de ação – que, em excesso, penso que nada mais fazem que tentar camuflar tortamente roteiros e tramas enfraquecidos –, posso dizer que fiquei satisfeita com o que vi neste novo filme de Jaume Collet-Serra.

Recheado de momentos dignos de se inclinar de nervoso na poltrona do cinema, é justo dizer que O Passageiro é um bom filme – embora “esquecível”. Confesso ter sentido falta de um mergulho mais intenso na tal conspiração em que nosso herói se vê metido. Nem digo esmiuçar a coisa toda, mas seria bacana se também não tivesse permanecido tão na superfície.

Ainda que esses possíveis detalhes adicionais não se fizessem necessários para o desenvolvimento da ação, minha curiosidade de espectadora não foi 100% saciada. Rolou uma pequena frustração neste sentido.

Clichês típicos dos filmes de ação? Sim, eles aparecem aos montes aqui. Mas OK! Embora longe de ser aquele filme sobre o qual você fala por semanas a fio, O Passageiro promete bom entretenimento e vários momentos de tirar o fôlego. Vale a ida ao cinema, sim.

TRAILER E FICHA TÉCNICA

O Passageiro (The Commuter) – 105 min.
EUA | Reino Unido – 2018
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Byron Willinger, Philip de Blasi
Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Jonathan Banks, Sam Neill, Elizabeth McGovern, Florence Pugh, Andy Nyman, Killian Scott, Shazad Latif, Roland Møller, Clara Lago, Damson Idris, Dean-Charles Chapman

Estreia: 8 de março