O Prêmio Jabuti chega a sua 60ª edição e anuncia mudanças com o objetivo de se aproximar do leitor e promover a leitura, tornando-se mais democrático e inclusivo. As inscrições para o já estão abertas e podem ser realizadas diretamente no site do prêmio até 28 de julho.

Até então uma premiação do e para o mercado editorial, hoje o Prêmio Jabuti quer se movimentar cada vez mais em direção ao foco da cadeia editorial: o leitor. A partir de uma série de mudanças e reorganizações, a maior premiação literária do país se apropria da posição de ativo cultural, colocando-se como um prêmio do leitor brasileiro e uma homenagem do mercado para o leitor.

Entre as novidades anunciadas na última semana pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), está um maior acesso para os autores independentes, que podem se inscrever pagando um valor diferenciado e submeter os livros em formato digital – salvo para algumas categorias –, o que se revela vantajoso também para as editoras.

Outra novidade é a inclusão da categoria “Formação de Novos Leitores”, que premiará iniciativas e projetos que incentivem o interesse pela leitura.

Além disso, as categorias do Prêmio Jabuti passaram por uma reorganização. Agora, elas se encaixam em quatro eixos: Literatura, Ensaios, Inovação e Livro; esta última dedicada ao livro físico, como objeto, que passa a ser mais valorizado.

Desde o ano passado, a HQ está presente no Prêmio Jabuti, sendo considerada gênero literário – é parte do eixo “Literatura” nesta nova configuração das categorias. Como entusiasta e fã recente do gênero – mergulhei no mundo das HQs há uns quatro anos apenas –, só posso manifestar minha satisfação com o reconhecimento e a valorização desse tipo de obra, que consegue reunir diversas formas de arte e encantar o leitor. Reparem: todo leitor de quadrinhos se torna, quase que automaticamente, fã do gênero; não tem como ser diferente.

Também, a partir deste ano, cada categoria contará com somente um vencedor. Os vencedores dos eixos “Ensaios” e “Literatura” ainda concorrem ao “Livro do Ano”, tornando-se o grande vencedor da premiação. Os prêmios em dinheiro estão maiores – R$ 5 mil ao ganhador de cada categoria e R$ 100 mil ao vencedor do “Livro do Ano”, além, claro, da estatueta.

A indicação para o corpo de jurados, os responsáveis pela avaliação das obras, também passa a ser mais aberta. Os jurados podem ser indicados pelo mercado editorial, e sua validação é feita pelo Conselho Curador.

Já admirava e respeitava o Prêmio Jabuti – aliás, curiosidade: minha sogra foi jurada do prêmio há uns anos –; agora, com essas mudanças, passo a admirá-lo ainda mais. A consciência e a disposição para se renovar são qualidades essenciais em nossos tempos. E que sorte a nossa, leitores e autores, que o Prêmio Jabuti não somente demonstre tais qualidades como também entenda que o leitor é, de fato, o elo e a grande força que move o mundo do livro.

Para finalizar, deixo aqui os meus agradecimentos pela chance de poder conhecer essas novidades em primeira mão e poder compartilhá-las aqui com vocês – ainda que eu tenha levado um tempinho para conseguir postar. Boas leituras e viva o livro!