Resenha: Quem brinca com o fogo..., de Luna Miller
Amazon 18 de maio de 2018 Aline T.K.M. Nenhum comentário
Quantas vezes não ouvimos falar de alguém que, depois de anos vivendo com uma pessoa, se dá conta de que nunca conheceu realmente aquela ou aquela com quem vinha partilhando a vida por tanto tempo? O fato é que todos nós temos segredos. Alguns mais assustadores que outros, é verdade, mas é certo que todo mundo tem uma faceta que não costuma sair exibindo por aí.
É aí, nas sombras e no desconhecido, que se desenrola o thriller Quem brinca com o fogo..., lançamento da sueca Luna Miller, autora de Três Dias em Setembro.
Assim como em seu livro anterior, aqui também temos personagens bem diferentes entre si, cujas vidas de repente se veem conectadas – arrisco dizer – para a eternidade. Neste novo livro, a autora nos presenteou com um thriller repleto de ação e mistério, além de ser bem politicamente incorreto. Ou seja, um prato cheio para os apreciadores do gênero.
A ex-cirurgiã e agora detetive particular Gunvor é contratada para investigar os passos de Mikael Frazén, cuja esposa desconfia estar sendo traída. Até aí, esse parece ser só mais um dos tantos casos de infidelidade que Gunvor é contratada para investigar.
As coisas começam a ficar estranhas quando Mikael parece procurar incessantemente uma beldade misteriosa em alguns bares, noite após noite; e ficam ainda mais bizarras quando ele leva uma surra de dois caras um tanto suspeitos, que se encarregam de proteger a moça.
Claro que Gunvor mergulha de cabeça na investigação do caso e, para isso, acaba recrutando alguns ajudantes improváveis – o barman Fredde; a garota Elin, que Gunvor recentemente havia defendido de um jovem mal-encarado; e David, justamente o carinha que vivia importunando Elin.
Juntos, e contando também com a ajuda de outros amigos de Gunvor, eles vão acabar descortinando uma rede de criminosos envolvidos num submundo tão sujo quanto obscuro, em uma situação que culminará em sangue derramado.
Toda a ação se passa em Estocolmo, na Suécia. Gunvor e sua mais nova equipe saem de um bairro bastante simples para iniciarem as investigações nos bares de um bairro de alto padrão. De início, ao se verem inseridos em ambientes frequentados por uma elite jovem, bonita e muito abastada, os detetives experimentam uma desagradável sensação de deslocamento e insegurança. Não demora, porém, para que eles se acostumem e passem a unir trabalho e prazer – especialmente Elin e David, que logo percebem que flertar com aquela gente pode ser bem interessante.
É aí, nas sombras e no desconhecido, que se desenrola o thriller Quem brinca com o fogo..., lançamento da sueca Luna Miller, autora de Três Dias em Setembro.
Assim como em seu livro anterior, aqui também temos personagens bem diferentes entre si, cujas vidas de repente se veem conectadas – arrisco dizer – para a eternidade. Neste novo livro, a autora nos presenteou com um thriller repleto de ação e mistério, além de ser bem politicamente incorreto. Ou seja, um prato cheio para os apreciadores do gênero.
A ex-cirurgiã e agora detetive particular Gunvor é contratada para investigar os passos de Mikael Frazén, cuja esposa desconfia estar sendo traída. Até aí, esse parece ser só mais um dos tantos casos de infidelidade que Gunvor é contratada para investigar.
As coisas começam a ficar estranhas quando Mikael parece procurar incessantemente uma beldade misteriosa em alguns bares, noite após noite; e ficam ainda mais bizarras quando ele leva uma surra de dois caras um tanto suspeitos, que se encarregam de proteger a moça.
Claro que Gunvor mergulha de cabeça na investigação do caso e, para isso, acaba recrutando alguns ajudantes improváveis – o barman Fredde; a garota Elin, que Gunvor recentemente havia defendido de um jovem mal-encarado; e David, justamente o carinha que vivia importunando Elin.
Juntos, e contando também com a ajuda de outros amigos de Gunvor, eles vão acabar descortinando uma rede de criminosos envolvidos num submundo tão sujo quanto obscuro, em uma situação que culminará em sangue derramado.
Toda a ação se passa em Estocolmo, na Suécia. Gunvor e sua mais nova equipe saem de um bairro bastante simples para iniciarem as investigações nos bares de um bairro de alto padrão. De início, ao se verem inseridos em ambientes frequentados por uma elite jovem, bonita e muito abastada, os detetives experimentam uma desagradável sensação de deslocamento e insegurança. Não demora, porém, para que eles se acostumem e passem a unir trabalho e prazer – especialmente Elin e David, que logo percebem que flertar com aquela gente pode ser bem interessante.
Mas então... alerta vermelho! Elin acaba sendo alvo das investidas de caras suspeitos durante as noites de investigação. Bastante ingênua e com apenas 18 anos nas costas – ela ainda nem terminou o colégio –, Elin é o tipo de garota sonhadora e, pelo menos aparentemente, manipulável e sugestionável. Alguém que ainda não tem consciência do efeito que provoca nos homens e que também não sabe se impor.
Personagens como Elin podem, num primeiro momento, irritar as leitoras por tamanha fragilidade e falta de voz. Mas não desistam dela! A garota, de certa maneira, cresce bastante nesse curto período em que trabalha com Gunvor. Ela não deixa de ser romântica e sonhadora – e não há mal algum nisso! – mas, ao final das pouco mais de 260 páginas, ela já não é a adolescente bobinha e indefesa de antes, e mostra sinais da mulher que está se tornando.
Já Gunvor, a detetive “real” e a protagonista da trama, é o oposto de Elin. Mulher já madura, forte e independente, Gunvor é prática e sabe o que quer, isso tudo além de ser uma boa líder. Ainda assim, muitas vezes, a única coisa que ela quer e precisa é de alguns momentos nos braços de seu namorado Kjell, que vive nas paradisíacas Ilhas Canárias.
Ou seja, apesar de tão diferentes, Gunvor e Elin carregam bastante uma da outra.
Como grande parte das leitoras e leitores, gosto muito de personagens femininas marcantes. Esse tipo de personagem está presente no livro anterior da autora e confesso que iniciei a leitura já ansiando por encontrar mulheres fortes também neste aqui. E, só para constar, não me decepcionei.
Entretanto, Quem brinca com o fogo... escancara comportamentos sexistas e abusivos, nos levando a refletir a respeito. A “objetificação” da mulher é algo bastante pungente na trama. Essas breves cargas de revolta que experimentamos em algumas passagens são apenas pequenos reflexos da posição na qual a mulher ainda é colocada pelo homem – e uma mostra de que ainda há muito a ser mudado no mundo.
Mais uma vez, Luna Miller me surpreendeu ao trazer uma história de mistério movimentada, combinada à narrativa ágil que eu já conhecia. Quando a gente se dá conta, já se jogou completamente na história e se apegou absurdos aos personagens principais.
Em Quem brinca com o fogo... cada um deles é afetado e profundamente transformado pelo desconhecido. Um mistério que leva todos eles a correrem riscos e os coloca face a face com a sujeira e com a morte.
Gunvor, Elin e David percebem que, aqui, nada nem ninguém é o que parece. Mas, da mesma forma, comprovam – eles e nós, leitores – que o desconhecido também pode trazer surpresas maravilhosas.
Acho importante mencionar que a tradução do livro disponível aqui no Brasil é em português de Portugal. Ainda assim, apesar das diferenças, isso em nada afeta a fluidez da leitura.
Personagens como Elin podem, num primeiro momento, irritar as leitoras por tamanha fragilidade e falta de voz. Mas não desistam dela! A garota, de certa maneira, cresce bastante nesse curto período em que trabalha com Gunvor. Ela não deixa de ser romântica e sonhadora – e não há mal algum nisso! – mas, ao final das pouco mais de 260 páginas, ela já não é a adolescente bobinha e indefesa de antes, e mostra sinais da mulher que está se tornando.
Já Gunvor, a detetive “real” e a protagonista da trama, é o oposto de Elin. Mulher já madura, forte e independente, Gunvor é prática e sabe o que quer, isso tudo além de ser uma boa líder. Ainda assim, muitas vezes, a única coisa que ela quer e precisa é de alguns momentos nos braços de seu namorado Kjell, que vive nas paradisíacas Ilhas Canárias.
Ou seja, apesar de tão diferentes, Gunvor e Elin carregam bastante uma da outra.
Como grande parte das leitoras e leitores, gosto muito de personagens femininas marcantes. Esse tipo de personagem está presente no livro anterior da autora e confesso que iniciei a leitura já ansiando por encontrar mulheres fortes também neste aqui. E, só para constar, não me decepcionei.
Entretanto, Quem brinca com o fogo... escancara comportamentos sexistas e abusivos, nos levando a refletir a respeito. A “objetificação” da mulher é algo bastante pungente na trama. Essas breves cargas de revolta que experimentamos em algumas passagens são apenas pequenos reflexos da posição na qual a mulher ainda é colocada pelo homem – e uma mostra de que ainda há muito a ser mudado no mundo.
Mais uma vez, Luna Miller me surpreendeu ao trazer uma história de mistério movimentada, combinada à narrativa ágil que eu já conhecia. Quando a gente se dá conta, já se jogou completamente na história e se apegou absurdos aos personagens principais.
Em Quem brinca com o fogo... cada um deles é afetado e profundamente transformado pelo desconhecido. Um mistério que leva todos eles a correrem riscos e os coloca face a face com a sujeira e com a morte.
Gunvor, Elin e David percebem que, aqui, nada nem ninguém é o que parece. Mas, da mesma forma, comprovam – eles e nós, leitores – que o desconhecido também pode trazer surpresas maravilhosas.
LEIA PORQUE
É um thriller policial envolvente e com personagens marcantes, e ainda esfrega na cara a maneira como, de maneira geral, a mulher ainda é vista pelo homem.DA EXPERIÊNCIA
Foi aquela leitura que, quando engata e a trama começa de fato a acontecer, eu não conseguia mais largar. Recomendo!Acho importante mencionar que a tradução do livro disponível aqui no Brasil é em português de Portugal. Ainda assim, apesar das diferenças, isso em nada afeta a fluidez da leitura.
FEZ PENSAR
Em como tramas policiais com mulheres à frente da situação são tão mais interessantes, concordam?
Onde comprar: Amazon - versão em português de Portugal
Título: Quem brinca com o fogo…
Título original: Och aldrig jag lämnar dig åter: Fruängsdeckarna
Autor(a): Luna Miller
Tradução: Nuno Morais
Editora: Babelcube Inc.
Edição: 2018
Ano da obra: 2017
Páginas: 263
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
Nenhum comentário