SoSeLit #7: Eu preciso mesmo de uma edição “de luxo”?
Blá 31 de julho de 2018 Aline T.K.M. 6 comentários
O tema do SoSeLit deste mês é um pouco tenso, cabeludo, gerador de discussões intermináveis – o preço dos livros.
Antes de tudo, talvez vocês tenham notado a falta de um SoSeLit #6. Explico: tenho estado trabalhando num freela grandinho e não consegui dar conta de escrever sobre o tema do mês passado. My bad.
Voltando ao tema deste mês... O livro é um produto caro no Brasil, fato. Claro que no preço do livro estão embutidos custos dos mais variados e indiscutíveis. Não é minha intenção aqui discutir a maneira como é dividido os custos que culminam no preço de capa dos livros no Brasil. Mas acho legal entender de onde vem esse preço e, por isso, indico dois links que explicam de um jeito breve e simples essa questão: aqui e aqui.
Um primeiro ponto, importante de ser mencionado mas que não será o foco desta nossa conversa, é que quanto mais a gente lê, mais barato o livro fica. Grosso modo. Se vocês acessaram os links que eu indiquei acima, já devem ter tirado essa conclusão. As tiragens menores têm por consequência um custo de produção maior, um valor unitário maior. Como não somos um país de leitores, nossas tiragens costumam ser menores, então o preço do livro acaba subindo.
Agora, se vocês já foram para a França ou para os EUA, devem ter percebido a diferença gritante ao entrar numa livraria e dar de cara com preços muito tentadores. Pois é. Tirando a questão das tiragens, uma coisa chama a atenção: a maior parte dos exemplares baratinhos são aquelas edições do tipo paperback, de formato diminuto, papel superfininho, capa simples. Ou seja, o livro como objeto é muito mais simples.
O que acaba não acontecendo por aqui. A gente até tem as chamadas edições de bolso, mas a questão é que esse tipo de edição não é uma opção para todo e qualquer título. E é aí que eu queria chegar.
No entanto, minha opinião diverge da de muitos bibliófilos quando digo que eu prefiro poder comprar mais livros a ter só edições lindas e maravilhosas na estante. Talvez eu não seja padrão, uma vez que eu realmente não ligo, por exemplo, se todos os livros de uma série seguem o mesmo projeto gráfico, se são todos do mesmo tamanho, etc. Sou bem desapegada em relação a isso. No que diz respeito à aparência, claro, porque quanto ao conteúdo - uma boa tradução, revisão, etc - sou bem exigente.
O que eu quero dizer é que eu ficaria igualmente feliz se as edições que abarrotam as minhas estantes fossem daquelas mais simples, capa sem orelha, formato de bolso e papel mais “podrinho”. Quando morei na França, aproveitei para comprar alguns livros no idioma original in loco, e são edições que não têm nenhum atrativo visual. Nem o design das capas é diferenciado. E isso nunca me incomodou. Pagar 3 euros, em média, num livro foi o fator que falou mais alto para mim!
Sinceramente, não sei se ter esse tipo de edição amplamente disponível por aqui – nem vou dizer torná-las padrão, porque eu seria linchada! – baratearia incrivelmente o preço de capa. Sim, o livro seria mais barato, mas quanto mais barato? Não sei dizer – já que a questão das tiragens, os impostos, etc, também influenciam aí. Que a diferença de preço fosse razoável, para mim já valeria a pena, entendem?
O ponto é: será que eu preciso mesmo de uma edição sensacional de todo livro que eu compro? Às vezes, muitos livros “comuns” têm edições que parecem mais de colecionador, de luxo. Longe de ser um problema – eu babo por esses livros, só deixando isso bem claro aqui! –, a questão é que muitas vezes eu deixo de comprar esses livros mais caprichados por serem muito caros, ou, pelo menos, mais caros do que eu considero ok gastar. E penso que talvez eu não seja a única.
Então, é isso, minha gente! Não tenho uma conclusão muito satisfatória para este post. O que eu posso dizer é a minha opinião em relação às edições, como disse antes. Adoro um livro lindo, mas poderia viver com edições simplesinhas se isso significasse um impacto considerável no preço dos livros. E vocês, o que acham sobre isso tudo?
Antes de tudo, talvez vocês tenham notado a falta de um SoSeLit #6. Explico: tenho estado trabalhando num freela grandinho e não consegui dar conta de escrever sobre o tema do mês passado. My bad.
Voltando ao tema deste mês... O livro é um produto caro no Brasil, fato. Claro que no preço do livro estão embutidos custos dos mais variados e indiscutíveis. Não é minha intenção aqui discutir a maneira como é dividido os custos que culminam no preço de capa dos livros no Brasil. Mas acho legal entender de onde vem esse preço e, por isso, indico dois links que explicam de um jeito breve e simples essa questão: aqui e aqui.
Um primeiro ponto, importante de ser mencionado mas que não será o foco desta nossa conversa, é que quanto mais a gente lê, mais barato o livro fica. Grosso modo. Se vocês acessaram os links que eu indiquei acima, já devem ter tirado essa conclusão. As tiragens menores têm por consequência um custo de produção maior, um valor unitário maior. Como não somos um país de leitores, nossas tiragens costumam ser menores, então o preço do livro acaba subindo.
Agora, se vocês já foram para a França ou para os EUA, devem ter percebido a diferença gritante ao entrar numa livraria e dar de cara com preços muito tentadores. Pois é. Tirando a questão das tiragens, uma coisa chama a atenção: a maior parte dos exemplares baratinhos são aquelas edições do tipo paperback, de formato diminuto, papel superfininho, capa simples. Ou seja, o livro como objeto é muito mais simples.
O que acaba não acontecendo por aqui. A gente até tem as chamadas edições de bolso, mas a questão é que esse tipo de edição não é uma opção para todo e qualquer título. E é aí que eu queria chegar.
A GENTE QUER EDIÇÕES LINDONAS. SEMPRE??
Entre o pessoal mais bookaholic existe mesmo uma exigência em relação ao objeto livro. Uma edição caprichada, papel de qualidade, capa bem trabalhada, com textura gostosinha, capa dura às vezes, e por aí vai. Vamos combinar, quem num gosta de ter na estante uma edição dessas que dá gosto de olhar?! Eu entendo completamente!No entanto, minha opinião diverge da de muitos bibliófilos quando digo que eu prefiro poder comprar mais livros a ter só edições lindas e maravilhosas na estante. Talvez eu não seja padrão, uma vez que eu realmente não ligo, por exemplo, se todos os livros de uma série seguem o mesmo projeto gráfico, se são todos do mesmo tamanho, etc. Sou bem desapegada em relação a isso. No que diz respeito à aparência, claro, porque quanto ao conteúdo - uma boa tradução, revisão, etc - sou bem exigente.
O que eu quero dizer é que eu ficaria igualmente feliz se as edições que abarrotam as minhas estantes fossem daquelas mais simples, capa sem orelha, formato de bolso e papel mais “podrinho”. Quando morei na França, aproveitei para comprar alguns livros no idioma original in loco, e são edições que não têm nenhum atrativo visual. Nem o design das capas é diferenciado. E isso nunca me incomodou. Pagar 3 euros, em média, num livro foi o fator que falou mais alto para mim!
Sinceramente, não sei se ter esse tipo de edição amplamente disponível por aqui – nem vou dizer torná-las padrão, porque eu seria linchada! – baratearia incrivelmente o preço de capa. Sim, o livro seria mais barato, mas quanto mais barato? Não sei dizer – já que a questão das tiragens, os impostos, etc, também influenciam aí. Que a diferença de preço fosse razoável, para mim já valeria a pena, entendem?
O ponto é: será que eu preciso mesmo de uma edição sensacional de todo livro que eu compro? Às vezes, muitos livros “comuns” têm edições que parecem mais de colecionador, de luxo. Longe de ser um problema – eu babo por esses livros, só deixando isso bem claro aqui! –, a questão é que muitas vezes eu deixo de comprar esses livros mais caprichados por serem muito caros, ou, pelo menos, mais caros do que eu considero ok gastar. E penso que talvez eu não seja a única.
EBOOK TAMBÉM É CARO, BRASIL!
Outra coisa é que, às vezes, vejo muita gente reclamando do preço dos ebooks. Converter um livro para o formato digital também gera custos, claro. Mas o ebook também é um item caro por aqui – não raro, é igual ou mais caro que um livro físico. Eu também sou leitora de ebook, mas o que me faz comprá-los nem é tanto a diferença de preço, quando existe e é considerável, mas o fator falta de espaço aqui em casa.A PSEUDOCONCLUSÃO
Enfim, eu percebo que essa discussão sobre o preço dos livros, edições modestas vs. edições mais bonitas, é uma discussão meio sem fim. Até porque, mesmo que o percentual de leitores aqui no Brasil seja pequeno, quem lê geralmente é apaixonado por livros – e isso inclui o livro como objeto. São pessoas que prezam por uma edição mais caprichada e que concordam pagar por ela.Então, é isso, minha gente! Não tenho uma conclusão muito satisfatória para este post. O que eu posso dizer é a minha opinião em relação às edições, como disse antes. Adoro um livro lindo, mas poderia viver com edições simplesinhas se isso significasse um impacto considerável no preço dos livros. E vocês, o que acham sobre isso tudo?
O QUE É SOSELIT?
A Sociedade Secreta Literária é um projeto para compartilhar experiências e discutir assuntos que tenham relação com a blogosfera literária. Todo mês rola blogagem coletiva de um tema diferente!
Blogs participantes: Eu Insisto | La Oliphant | My Dear Library | Barda Literária | Um Metro e Meio de Livros | Coleções Literárias | Pétalas de Liberdade | Livro Lab
Blogs participantes: Eu Insisto | La Oliphant | My Dear Library | Barda Literária | Um Metro e Meio de Livros | Coleções Literárias | Pétalas de Liberdade | Livro Lab
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
6 comentários
no final das contas o pagar é meio subjetivo né? alguns topam pagar caro em edições mais bonitas, outros acham exagero, e seguimos a vida sofrendo com os preços kk.
ResponderExcluirKkkkk concordo! Mesmo o fato de achar algo muito caro ou não depende de quanto a gente tem para gastar com aquele item. Mas vou te dizer, entrar na livraria é sempre um drama na minha vida rsrsrs.
Excluirviu esse post? https://www.instagram.com/p/Bl6leeSHEqv/?taken-by=editorafeliz
ResponderExcluiré o ponto de vista de uma editora independente.
Olha, bem legal o que eles postaram! Claro que concordo, mas aí a gente já entra num outro mérito, o do valor, já coloca o emocional e até um aspecto mais "humano" no meio. Muitas experiências mudam a gente como pessoa. Para mim, o que mais me transforma na vida é viajar - no entanto, nem sempre tenho $ para uma grande viagem. =/ Mas gostei muito do fato de uma editora trazer esse ponto de vista para muita gente que talvez não pense dessa maneira ainda. =)
ExcluirMuito interessante o seu post, é mesmo uma discussão sem fim. Eu não ligo muito se todos os volumes de uma série seguem o mesmo tamanho e tal, mas confesso que prefiro uma edição com uma capa bem feita, rsrs.
ResponderExcluirpetalasdeliberdade.blogspot.com
Pois é, essa discussão acaba sendo muito pessoal até, por envolver gostos e preferências, e até mesmo o poder aquisitivo acaba influenciando a opinião. Claro que eu amo capas bem feitas, amo edições lindonas, mas penso muitas vezes antes de sair comprando!
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