‘Terra das Mulheres’: utopia traz sociedade exclusivamente feminina e um punhado de mensagens problemáticas | Resenha
Charlotte Perkins Gilman 26 de setembro de 2018 Aline T.K.M. 2 comentários
Publicado originalmente em 1915, Terra das Mulheres nos apresenta um país composto inteira e exclusivamente por mulheres. Uma vida em comunidade aparentemente perfeita e livre dos males comuns do mundo que conhecemos. Uma sociedade que tem na maternidade o seu objetivo maior – e as crianças são geradas sem qualquer participação masculina.
Aparentemente utópica, a sociedade criada pela autora norte-americana Charlotte Perkins Gilman não preenche todos os critérios para ser enquadrada numa espécie de celebração do feminino. A verdade é que o discurso aqui traz alguns – muitos – problemas.
Não me entendam mal: Terra das Mulheres é uma ótima leitura, desde que seja feita com olhar crítico. Há muito sobre o que refletir e é um livro bastante interessante para ser discutido. Até tentei ser sucinta no meu pensamento, mas vocês podem ver aí no vídeo que eu acabei me estendendo um pouquinho.
Então acompanhem aí o que eu achei sobre o livro, quais foram essas tais mensagens problemáticas que a leitura trouxe e, em contrapartida, quais ideias levantam aspectos positivos e permanecem atuais até hoje.
ASSISTA NO YOUTUBE | SE INSCREVA NO CANAL
Em tempo: me esqueci completamente de mencionar no vídeo, mas um ponto interessante de notar na trama é a total descrença masculina na sororidade. Os três protagonistas não acreditam que as mulheres possam viver em cooperação, já que, para eles, todas as mulheres estão sempre competindo entre si. A sociedade que encontram desmente lindamente essa ideia. No entanto, o problema aqui, mais uma vez, se dá pela ausência de qualquer aspecto/instinto/necessidade sexual nessas habitantes, o que também tira de jogo qualquer necessidade natural (e mesmo biológica) de disputa.
Olha, já estou me demorando de novo aqui nas ideias! Isso é para vocês verem que esse livro dá pano pra manga e é combustível para discussões e debates acalorados.
Aparentemente utópica, a sociedade criada pela autora norte-americana Charlotte Perkins Gilman não preenche todos os critérios para ser enquadrada numa espécie de celebração do feminino. A verdade é que o discurso aqui traz alguns – muitos – problemas.
Não me entendam mal: Terra das Mulheres é uma ótima leitura, desde que seja feita com olhar crítico. Há muito sobre o que refletir e é um livro bastante interessante para ser discutido. Até tentei ser sucinta no meu pensamento, mas vocês podem ver aí no vídeo que eu acabei me estendendo um pouquinho.
Então acompanhem aí o que eu achei sobre o livro, quais foram essas tais mensagens problemáticas que a leitura trouxe e, em contrapartida, quais ideias levantam aspectos positivos e permanecem atuais até hoje.
Em tempo: me esqueci completamente de mencionar no vídeo, mas um ponto interessante de notar na trama é a total descrença masculina na sororidade. Os três protagonistas não acreditam que as mulheres possam viver em cooperação, já que, para eles, todas as mulheres estão sempre competindo entre si. A sociedade que encontram desmente lindamente essa ideia. No entanto, o problema aqui, mais uma vez, se dá pela ausência de qualquer aspecto/instinto/necessidade sexual nessas habitantes, o que também tira de jogo qualquer necessidade natural (e mesmo biológica) de disputa.
Olha, já estou me demorando de novo aqui nas ideias! Isso é para vocês verem que esse livro dá pano pra manga e é combustível para discussões e debates acalorados.
Onde comprar: Amazon
Título: Terra das Mulheres
Título original: Herland
Autor(a): Charlotte Perkins Gilman
Tradução: Flávia Yacubian
Editora: Rosa dos Tempos
Edição: 2018
Ano da obra: 1915
Páginas: 256
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
2 comentários
Mesmo com as problemáticas gostei bastante, talvez o problema seja a época em que ele foi escrito, pro contexto deveria ser muito inovador e a frente mas hoje em dia soa machista. Mais um pra lista que depois de conferir venho te dizer o que achei.
ResponderExcluirAbs
Eu fiquei até com certo receio de fazer essa resenha porque talvez as pessoas interpretassem minhas críticas como se eu não tivesse gostado do livro e não indicasse a leitura. Mas foi o contrário! O livro me deixou pirando nas ideias, tem muito para refletir, para pensar no ontem e no hoje, e o fato de a mensagem da autora ter mexido com minha porção crítica rsrs foi um plus. E sim, a época do livro tem que ser sempre considerada. Quero saber depois o que você achou!
Excluir