‘A Estrela do Amanhã’: família, representatividade e revisão de conceitos no bonito conto natalino de Rennan Andrade | Resenha
Contos 17 de dezembro de 2018 Aline T.K.M. Nenhum comentário
Como muitos de vocês já sabem, eu não sou uma pessoa muito natalina. Não espero ansiosamente pelo Natal e a data acaba nem tendo muito significado para mim. Ainda assim – e não entendo como nem por quê – adoro livros e filmes com temática natalina. Especialmente aquelas obras que trazem consigo assuntos importantes e que fogem um pouco do que a gente já espera que seja abordado quando o tema central são as festas de fim de ano.
A Estrela do Amanhã foi uma dessas obras. O conto natalino de autoria do Rennan Andrade começa por uma trilha que o leitor já supõe conhecida; no entanto, somos lindamente surpreendidos com uma história que traz o amor em todas as suas formas. Uma história que se converte, diante dos nossos olhos, em um belo exemplo de representatividade.
Logo no início, o narrador-protagonista nos confronta com uma questão cuja resposta, felizmente, vem passando por um contínuo processo de metamorfose, especialmente nos últimos anos. A definição de família.
A partir desse discorrer inicial, conhecemos um protagonista que é pai de família e que resolve, às vésperas do Natal, cruzar o estado para comprar uma nova árvore de natal. O que a princípio parece loucura ou mesmo uma frivolidade qualquer tem um significado especial para esse homem – uma árvore enorme mexe com seus sonhos e recordações de juventude, também já foi o sonho de seu filho mais velho e, hoje, é o sonho de sua filha caçula.
Acompanhado do filho adolescente – e de toda a rebeldia que vem junto com essa fase –, Rafael empreende uma espécie de road trip em busca da árvore de natal dos sonhos. O destino é uma fábrica de árvores de natal em uma cidade a muitas, e muitas, horas de distância.
Seguimos em uma contagem regressiva iniciada na tarde do dia 23 de dezembro. A viagem, pontuada tanto por embates como também por diálogos bem-humorados, acaba por se tornar um divisor de águas na relação entre Rafael e seu filho, Jonathan.
O rock do California Dreams, que já era parte importante da história entre pai e filho, embala a viagem e também passa a ser a trilha sonora da reaproximação dos dois, da reconstrução de uma relação após o distanciamento natural que costuma acontecer entre os pais e seus filhos adolescentes.
Entretanto, enquanto curtimos esse momento entre os dois, também ficamos com o coração na mão e torcendo para que eles consigam a árvore de natal e que estejam de volta a tempo de comemorar o Natal em casa – não podemos esquecer que a outra metade da família os aguarda.
E a verdade é que todos os acontecimentos que se passam durante a viagem nos preparam para um desfecho tão bonito quanto inspirador. O questionamento inicial acerca do conceito de família, o recuperar de uma relação distanciada entre pai e filho, a saudade dos que esperam em casa; tudo isso são coordenadas de um mapa que aponta para aquilo que verdadeiramente importa.
Não há uma só resposta ou definição para família, tampouco nenhuma definição é mais correta que outra. Não existe um só tipo de família; nenhuma estrutura familiar é mais “correta” ou melhor que outra. E é isso que o conto A Estrela do Amanhã vem nos lembrar. A família, o lar, está lá onde o coração está, onde a felicidade mora, e não em conceitos fabricados que já não correspondem com a realidade à nossa volta.
Já pararam para pensar em como a ideia de família que desde sempre foi vendida como tradicional (“a família”), é na verdade excludente? Uma ideia que nada mais era que um peso que as pessoas se sentiam – algumas ainda se sentem – obrigadas a carregar em nome de aparências, de uma falsa felicidade? Quis abrir este pequeno parêntese porque esse é um assunto que ainda requer reflexão, entendimento, e que precisa ser bastante discutido entre adultos, jovens e crianças.
A Estrela do Amanhã faz pensar nisso tudo, mostrando ângulos que talvez muitos ainda tenham dificuldade de enxergar – e o faz com uma naturalidade absurda. Um bonito conto de Natal, sim. Mas também, e principalmente, um conto para repensar ideias, para deixar de lado conceitos ultrapassados e para se inspirar a viver o amor de forma mais plena.
Este post foi patrocinado por um autor que confia no trabalho do blog. O conteúdo é de autoria e reflete em sua totalidade a opinião do Livro Lab.
A Estrela do Amanhã foi uma dessas obras. O conto natalino de autoria do Rennan Andrade começa por uma trilha que o leitor já supõe conhecida; no entanto, somos lindamente surpreendidos com uma história que traz o amor em todas as suas formas. Uma história que se converte, diante dos nossos olhos, em um belo exemplo de representatividade.
Logo no início, o narrador-protagonista nos confronta com uma questão cuja resposta, felizmente, vem passando por um contínuo processo de metamorfose, especialmente nos últimos anos. A definição de família.
A partir desse discorrer inicial, conhecemos um protagonista que é pai de família e que resolve, às vésperas do Natal, cruzar o estado para comprar uma nova árvore de natal. O que a princípio parece loucura ou mesmo uma frivolidade qualquer tem um significado especial para esse homem – uma árvore enorme mexe com seus sonhos e recordações de juventude, também já foi o sonho de seu filho mais velho e, hoje, é o sonho de sua filha caçula.
Acompanhado do filho adolescente – e de toda a rebeldia que vem junto com essa fase –, Rafael empreende uma espécie de road trip em busca da árvore de natal dos sonhos. O destino é uma fábrica de árvores de natal em uma cidade a muitas, e muitas, horas de distância.
Seguimos em uma contagem regressiva iniciada na tarde do dia 23 de dezembro. A viagem, pontuada tanto por embates como também por diálogos bem-humorados, acaba por se tornar um divisor de águas na relação entre Rafael e seu filho, Jonathan.
O rock do California Dreams, que já era parte importante da história entre pai e filho, embala a viagem e também passa a ser a trilha sonora da reaproximação dos dois, da reconstrução de uma relação após o distanciamento natural que costuma acontecer entre os pais e seus filhos adolescentes.
Entretanto, enquanto curtimos esse momento entre os dois, também ficamos com o coração na mão e torcendo para que eles consigam a árvore de natal e que estejam de volta a tempo de comemorar o Natal em casa – não podemos esquecer que a outra metade da família os aguarda.
E a verdade é que todos os acontecimentos que se passam durante a viagem nos preparam para um desfecho tão bonito quanto inspirador. O questionamento inicial acerca do conceito de família, o recuperar de uma relação distanciada entre pai e filho, a saudade dos que esperam em casa; tudo isso são coordenadas de um mapa que aponta para aquilo que verdadeiramente importa.
Não há uma só resposta ou definição para família, tampouco nenhuma definição é mais correta que outra. Não existe um só tipo de família; nenhuma estrutura familiar é mais “correta” ou melhor que outra. E é isso que o conto A Estrela do Amanhã vem nos lembrar. A família, o lar, está lá onde o coração está, onde a felicidade mora, e não em conceitos fabricados que já não correspondem com a realidade à nossa volta.
Já pararam para pensar em como a ideia de família que desde sempre foi vendida como tradicional (“a família”), é na verdade excludente? Uma ideia que nada mais era que um peso que as pessoas se sentiam – algumas ainda se sentem – obrigadas a carregar em nome de aparências, de uma falsa felicidade? Quis abrir este pequeno parêntese porque esse é um assunto que ainda requer reflexão, entendimento, e que precisa ser bastante discutido entre adultos, jovens e crianças.
A Estrela do Amanhã faz pensar nisso tudo, mostrando ângulos que talvez muitos ainda tenham dificuldade de enxergar – e o faz com uma naturalidade absurda. Um bonito conto de Natal, sim. Mas também, e principalmente, um conto para repensar ideias, para deixar de lado conceitos ultrapassados e para se inspirar a viver o amor de forma mais plena.
Onde comprar: Amazon
Título: A Estrela do Amanhã
Autor(a): Rennan Andrade
Editora: independente
Edição: 2018
Ano da obra: 2018
Páginas: 28
Este post foi patrocinado por um autor que confia no trabalho do blog. O conteúdo é de autoria e reflete em sua totalidade a opinião do Livro Lab.
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
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