‘Culpa’: suspense dinamarquês indicado ao Oscar traz apenas um homem e um telefone – e promete tensão ininterrupta
Cinema dinamarquês 19 de dezembro de 2018 Aline T.K.M. Nenhum comentário
O que constitui um bom suspense? Muitas vezes, recursos visuais elaborados levam o espectador às alturas; por outro lado, produções mais simples podem se mostrar capazes de provocar tamanha tensão que fica impossível manter as costas relaxadas no encosto da poltrona por mais de cinco minutos consecutivos.
Culpa, o indicado da Dinamarca para concorrer ao Oscar 2019, se enquadra no segundo tipo. Com estreia prevista para 27 de dezembro, o filme também foi exibido na 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no Festival Internacional de Cinema no Rio e no 6º BIFF – Festival Internacional de Cinema de Brasília, onde levou o prêmio de Melhor Filme do Júri Oficial e Melhor Filme pela votação popular.
O longa de estreia do diretor Gustav Möller começa quando Asger Holm, ex-policial e operador de monitoramento de alarme, recebe uma ligação de emergência de uma mulher que está sendo sequestrada. Com o telefone como seu único recurso, Asger entra em uma corrida contra o tempo para salvar a mulher em perigo. No entanto, a situação – e o crime – se revela mais complexa do que parece.
Culpa, o indicado da Dinamarca para concorrer ao Oscar 2019, se enquadra no segundo tipo. Com estreia prevista para 27 de dezembro, o filme também foi exibido na 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no Festival Internacional de Cinema no Rio e no 6º BIFF – Festival Internacional de Cinema de Brasília, onde levou o prêmio de Melhor Filme do Júri Oficial e Melhor Filme pela votação popular.
O longa de estreia do diretor Gustav Möller começa quando Asger Holm, ex-policial e operador de monitoramento de alarme, recebe uma ligação de emergência de uma mulher que está sendo sequestrada. Com o telefone como seu único recurso, Asger entra em uma corrida contra o tempo para salvar a mulher em perigo. No entanto, a situação – e o crime – se revela mais complexa do que parece.
Filmes como este evocam os ótimos O Quarto do Pânico e Por Um Fio, ambos exemplos notáveis de um bom suspense, que trazem a sensação de encurralamento e apenas uma locação principal em que toda a ação se desenrola. Em Culpa, todos os quase noventa minutos de projeção se passam dentro do escritório em que Asger trabalha. Qualquer “mudança de ares” se limita à sala privada na qual o protagonista se isola quando a tensão se apodera dele.
A adrenalina da situação é sufocada pela necessidade de se manter contido e de agir racionalmente diante do perigo. Perigo que, só para lembrar, sequer é visualizado. Novos elementos desse crime vão sendo aos poucos descobertos – inclusive, há crianças envolvidas – e o ex-policial se vê com uma bomba-relógio nas mãos. Em cena em tempo integral, o ator Jakob Cedergren segura o filme, apresentando uma atuação digna enquanto mantém o ritmo que a trama pede – o filme consegue entregar ação sem cenas de ação propriamente ditas.
Ao mesmo tempo, recebemos vislumbres do desmoronar da vida profissional e pessoal de Asgar, aspectos que preenchem o background do protagonista e o humanizam, transformando-o em alguém que carrega suas próprias vulnerabilidades para além de apenas receber chamadas.
Ao mesmo tempo, recebemos vislumbres do desmoronar da vida profissional e pessoal de Asgar, aspectos que preenchem o background do protagonista e o humanizam, transformando-o em alguém que carrega suas próprias vulnerabilidades para além de apenas receber chamadas.
A voz por trás das ligações também não pode ser esquecida. Se Jakob carrega o longa na pele de um homem em situação delicada e desesperadora, a atriz/dubladora Jessica Dinnage tem apenas a voz como instrumento ao dar vida a Iben, a mulher que precisa lidar com seu sequestrador enquanto tenta se fazer entender pelo telefone e conseguir socorro.
Capaz de fisgar o espectador logo nos primeiros minutos e entregando um roteiro bem ajustado, Culpa segue em um crescendo que atinge proporções certamente não imaginadas. A exaustão do protagonista ao término chega a ser palpável, experimentada inclusive por aqueles que acompanham tudo da poltrona do cinema.
Culpa surpreende. E também responde bem à questão que abre este texto – um bom suspense é feito justamente de tudo aquilo que não se vê.
Culpa surpreende. E também responde bem à questão que abre este texto – um bom suspense é feito justamente de tudo aquilo que não se vê.
TRAILER E FICHA TÉCNICA
Culpa (Den Skyldige) – 85 min.
Dinamarca – 2018
Direção: Gustav Möller
Roteiro: Gustav Möller, Emil Nygaard Albertsen
Elenco: Jakob Cedergren, Jessica Dinnage, Omar Shargawi, Jakob Ulrik Lohmann, Laura Bro, Morten Suurballe, Peter Christoffersen
Estreia: 27 de dezembro
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
Nenhum comentário