‘Cyrano Mon Amour’: cinema e teatro se unem para criar a história por trás do clássico Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand
Alexis Michalik 27 de junho de 2019 Aline T.K.M. Nenhum comentário
Paris, dezembro de 1897. O jovem escritor Edmond Rostand sofre com bloqueio criativo, não escreve nada há dois anos, mas precisa sustentar a esposa e os dois filhos. Desesperado, ele propõe ao grande ator Constant Coquelin uma nova peça, na qual será o protagonista. Trata-se de uma comédia heroica, composta em verso, e que deverá ser entregue ainda naquele mês. Só há um porém: a peça ainda não está escrita. Entre peripécias e muito jogo de cintura, nasce Cyrano de Bergerac, uma das peças mais conhecidas e célebres do teatro francês.
Em Cyrano Mon Amour, o diretor, roteirista e ator Alexis Michalik nos presenteia com a história de Edmond Rostand – ornamentada com ficção – em torno da clássica peça. O longa chegou esta semana aos cinemas.
Em Cyrano Mon Amour, o diretor, roteirista e ator Alexis Michalik nos presenteia com a história de Edmond Rostand – ornamentada com ficção – em torno da clássica peça. O longa chegou esta semana aos cinemas.
Concebido originalmente como um filme, mas sem meios para ser concretizado, Cyrano Mon Amour (originalmente intitulado Edmond) virou uma peça de teatro homônima em 2016, que acumula prêmios e é sucesso absoluto até hoje. E, então, cinema e teatro se juntam finalmente no longa, que pôde sair do papel e conquistar as telonas.
E literalmente conquista! Repleto de humor e sem jamais perder o ritmo, o filme traz um Edmond Rostand (interpretado por Thomas Solivérès) bastante carismático, que ganha o espectador com seu jeito tímido e inseguro, e que se mete em uma confusão após a outra até a aguardada estreia da peça.
Mas as confusões não se restringem à realização teatral. Ao ajudar um amigo – um galã do teatro – a conquistar sua amada compondo cartas de amor de tirar o fôlego, Edmond se complica em casa. A esposa desconfia que algo possa estar acontecendo, enquanto a musa inspiradora das cartas – e também da peça – se apaixona cada vez mais pelo autor das belas palavras, sem imaginar que é o próprio Edmond Rostand – de cujas peças ela é fã – e não o ator bonitão que ela conheceu.
E literalmente conquista! Repleto de humor e sem jamais perder o ritmo, o filme traz um Edmond Rostand (interpretado por Thomas Solivérès) bastante carismático, que ganha o espectador com seu jeito tímido e inseguro, e que se mete em uma confusão após a outra até a aguardada estreia da peça.
Mas as confusões não se restringem à realização teatral. Ao ajudar um amigo – um galã do teatro – a conquistar sua amada compondo cartas de amor de tirar o fôlego, Edmond se complica em casa. A esposa desconfia que algo possa estar acontecendo, enquanto a musa inspiradora das cartas – e também da peça – se apaixona cada vez mais pelo autor das belas palavras, sem imaginar que é o próprio Edmond Rostand – de cujas peças ela é fã – e não o ator bonitão que ela conheceu.
Embora as personagens femininas não ganhem tanto destaque na trama, temos vislumbres da grandiosa Sarah Bernhardt (Clémentine Célarié), que teve uma relação bastante próxima com Rostand também na vida real.
Sem dúvida, o que mais chama atenção no filme é a união entre cinema e teatro – a magia do palco (e todos os seus obstáculos também), os ensaios, a expectativa nas coxias, o público. Uma verdadeira homenagem ao teatro e seus artistas! A sensação que se tem é a de estar, de verdade, nos bastidores de uma criação teatral. Tudo isso em uma história que se passa quando as primeiras imagens captadas pelo cinematógrafo dos irmãos Lumière surpreendiam os espectadores.
Sem dúvida, o que mais chama atenção no filme é a união entre cinema e teatro – a magia do palco (e todos os seus obstáculos também), os ensaios, a expectativa nas coxias, o público. Uma verdadeira homenagem ao teatro e seus artistas! A sensação que se tem é a de estar, de verdade, nos bastidores de uma criação teatral. Tudo isso em uma história que se passa quando as primeiras imagens captadas pelo cinematógrafo dos irmãos Lumière surpreendiam os espectadores.
Uma curiosidade é que a ideia para Cyrano Mon Amour, segundo o próprio diretor Alexis Michalik, foi inspirada pelo filme Shakespeare Apaixonado, de John Madden. A história fictícia sobre a criação de Romeu e Julieta provocou em Michalik a ânsia de realizar algo similar, mas centrado em um autor francês.
Ao ler sobre a estreia do clássico Cyrano de Bergerac, em como foi um sucesso, ainda que todos esperassem o fracasso, o diretor chegou ao personagem de sua história.
Ao ler sobre a estreia do clássico Cyrano de Bergerac, em como foi um sucesso, ainda que todos esperassem o fracasso, o diretor chegou ao personagem de sua história.
Entre bordéis, crises criativas, ensaios, mal-entendidos, álcool – ou chá, para Rostand – e cartas de amor, Cyrano Mon Amour foi um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2019 e é uma ótima pedida ao trazer um humor espirituoso e com um toque de ingenuidade. O filme arranca boas risadas e, inevitavelmente, faz bater aquela vontade de rever o Cyrano de Bergerac de Jean-Paul Rappeneau, com Depardieu no papel do romântico narigudo. Para os que amam uma boa leitura, o filme também faz a gente querer mergulhar no texto de Rostand. Vale a pena, viu. Aliás, já falei sobre o livro aqui no blog.
TRAILER E INFOS
Cyrano Mon Amour (Edmond) – 105 min.
França | 2018
Direção: Alexis Michalik
Roteiro: Alexis Michalik
Elenco: Thomas Solivérès, Olivier Gourmet, Mathilde Seigner, Tom Leeb, Lucie Boujenah, Alice de Lencquesaing, Clémentine Célarié, Igor Gotesman, Alexis Michalik, Marc Andréoni, Jean-Michel Martial
Estreia: 27 de junho
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
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