‘Chicuarotes’: segundo filme dirigido por Gael García Bernal traz as consequências das escolhas de uma juventude sem perspectivas
Cinema latino-americano 4 de setembro de 2019 Aline T.K.M. Nenhum comentário
Já nutria uma admiração sem igual por Gael García Bernal ator, porém ainda não conhecia sua faceta diretor. Chicuarotes, o segundo longa dirigido por Bernal (o primeiro foi Déficit, lançado em 2007), chega aos cinemas esta semana e retrata a realidade de muitos jovens moradores das periferias da Cidade do México.
Cagalera (Benny Emmanuel) e Moloteco (Gabriel Carbajal) são dois jovens que vivem no bairro de San Gregorio Atlapulco, na Cidade do México. Por meio da palhaçaria, buscam escapar das dificuldades e da situação opressora em que vivem. No entanto, sem muitas perspectivas, uma escolha impensada os colocará no mundo do crime.
Cagalera (Benny Emmanuel) e Moloteco (Gabriel Carbajal) são dois jovens que vivem no bairro de San Gregorio Atlapulco, na Cidade do México. Por meio da palhaçaria, buscam escapar das dificuldades e da situação opressora em que vivem. No entanto, sem muitas perspectivas, uma escolha impensada os colocará no mundo do crime.
Com ótimo roteiro, Chicuarotes traz a dura realidade das classes desfavorecidas, de pessoas encurraladas e aprisionadas por suas condições de vida. A escolha pelo crime está sempre ali, pairando, à espreita, como se apenas aguardasse um momento de fragilidade maior dessas pessoas. Enquanto muitos resistem, tantos outros acabam por trilhar um caminho baseado na ilusão da solução rápida e mais fácil para os problemas.
A violência também faz parte do cotidiano desses personagens, e não raro ela ocorre dentro da própria casa. Esse é o caso de Cagalera, cuja mãe é vítima de um relacionamento abusivo com o pai alcoólatra. Conhecendo apenas a violência, ele a reproduz na relação com os irmãos – especialmente com o irmão homossexual – e com os demais, de maneira geral. Seu único respiro é a amizade com o tranquilo e até ingênuo Moloteco, e o relacionamento com a responsável e cautelosa Sugehili.
Palavra usada no bairro de San Gregorio Atlapulco, “chicuarote” é tanto um tipo de pimenta quanto uma gíria para se referir a pessoas teimosas, cabeças-duras. Assim são os personagens do longa. Esquecidos pelas autoridades e pelo poder, essas pessoas se encontram no limite e acabam por fazer elas mesmas a própria justiça, em um mundo onde cada um joga por si. Entre tantas narrativas semelhantes, as escolhas individuais é que decidem a trajetória de cada um deles.
Apresentando uma juventude que em alguns aspectos lembra a de Amores Brutos (de Alejandro González Iñáritu), Chicuarotes mostra o embate constante entre a esperança e o amargor, entre o caminho do bem e os atalhos da violência e do crime. Um filme para não perder.
Apresentando uma juventude que em alguns aspectos lembra a de Amores Brutos (de Alejandro González Iñáritu), Chicuarotes mostra o embate constante entre a esperança e o amargor, entre o caminho do bem e os atalhos da violência e do crime. Um filme para não perder.
TRAILER E INFOS
Chicuarotes (Chicuarotes) – 95 min.
México | 2019
Direção: Gael García Bernal
Roteiro: Augusto Mendoza
Elenco: Benny Emmanuel, Gabriel Carbajal, Leidi Gutiérrez, Daniel Giménez Cacho, Dolores Heredia, Ricardo Abarca, Enoc Leaño, Pedro Joaquín, Saúl Mercado
Estreia: 5 de setembro
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
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