Depois a Louca Sou Eu: filme baseado no livro de Tati Bernardi traz uma millennial em batalha diária consigo mesma
Cinema brasileiro 25 de fevereiro de 2021 Aline T.K.M. 1 comentário
Se eu fosse falar para você assistir a um filme esta semana, eu diria: veja Depois a Louca Sou Eu, e então me diz se não era tudo o que você precisava ver neste momento.
Com direção de Julia Rezende e protagonizado por Débora Falabella, Depois a Louca Sou Eu é uma comédia dramática que conversa diretamente com a geração millennial, que tem a ansiedade como constante “companheira”.
O filme estreou hoje nos cinemas e, de coração, eu recomendo muito!
Inspirado no livro homônimo da Tati Bernardi, Depois a Louca Sou Eu é um retrato bastante fiel da geração millennial. Ou seja, já não estamos mais falando de “jovens adultos”, mas “adultos, ponto”, embora ainda carreguem consigo a imensa bagagem de inseguranças da juventude. Para piorar, dessa bagagem ainda podem fazer parte relações parentais desmedidas e invalidantes – como é o caso da Dani.
E, claro, tem a ansiedade. Essa presença oportunista, que limita, que descontrola a intensidade de sentir o mundo. Que causa desespero por algo que ainda não aconteceu (e pode ser que nunca acontecer).
Com direção de Julia Rezende e protagonizado por Débora Falabella, Depois a Louca Sou Eu é uma comédia dramática que conversa diretamente com a geração millennial, que tem a ansiedade como constante “companheira”.
O filme estreou hoje nos cinemas e, de coração, eu recomendo muito!
SINOPSE
Jovem, intensa e autêntica, Dani (Débora Falabella) só queria levar uma vida normal. Mas, desde criança, vive em descompasso com seu mundo. Enquanto conquista a admiração dos outros com o talento que faz dela uma brilhante escritora, ela tenta de todas as formas controlar seus medos e constantes crises de ansiedade.POR QUE ASSISTIR
Antes de tudo, se você está na faixa dos 30 anos, se prepare para se identificar MUITO com todo o universo desse filme!Inspirado no livro homônimo da Tati Bernardi, Depois a Louca Sou Eu é um retrato bastante fiel da geração millennial. Ou seja, já não estamos mais falando de “jovens adultos”, mas “adultos, ponto”, embora ainda carreguem consigo a imensa bagagem de inseguranças da juventude. Para piorar, dessa bagagem ainda podem fazer parte relações parentais desmedidas e invalidantes – como é o caso da Dani.
E, claro, tem a ansiedade. Essa presença oportunista, que limita, que descontrola a intensidade de sentir o mundo. Que causa desespero por algo que ainda não aconteceu (e pode ser que nunca acontecer).
Quem já teve pelo menos uma crise de ansiedade, foi constantemente dominado por pensamentos intrusivos, se sentiu deslocado do mundo ao redor ou já teve dificuldade de se manter presente em determinada situação vai se sentir muito abraçado por essa história. Embora traga um tema bem sério, o longa é inevitavelmente engraçado, já que aborda os perrengues rotineiros de muitos millennials. Fala de uma mulher em batalha diária consigo mesma, das terapias, constelações familiares, e o uso descontrolado de remédios – um instrumento de fuga, pequenas doses de felicidade que acabam cobrando seu preço.
A estética pop (com elementos que remetem ao inesquecível Réquiem para um Sonho), a atuação sensacional de Débora Falabella e Yara de Novaes (que interpreta a mãe da Dani) e a alternância entre os momentos cômicos e os tensos fazem de Depois a Louca Sou Eu um filme imperdível. E se você é um millennial, precisa assistir – em maior ou menor grau, estou certa de que vai ser como se olhar num espelho!
A estética pop (com elementos que remetem ao inesquecível Réquiem para um Sonho), a atuação sensacional de Débora Falabella e Yara de Novaes (que interpreta a mãe da Dani) e a alternância entre os momentos cômicos e os tensos fazem de Depois a Louca Sou Eu um filme imperdível. E se você é um millennial, precisa assistir – em maior ou menor grau, estou certa de que vai ser como se olhar num espelho!
Falando de forma mais pessoal, era para ter visto este longa há mais de um ano, na 43ª Mostra Internacional, mas vacilei e acabei não vendo na época; agora sei que assisti na hora certa. Tive momentos epifânicos com o filme: me vi em alguns pensamentos e sensações externalizados pela Dani. Vi sair da boca da protagonista coisas que eu podia jurar que só existiam dentro da minha cabeça, e nem sei descrever o que senti. Foi muito maior do que consigo explicar escrevendo este texto.
Não vou deixar quem eu sou sabotar quem eu quero ser. Dani diz essas palavras em determinado momento do filme, e cara, é ou não é o tipo de coisa para levar para a vida inteira?...
Não vou deixar quem eu sou sabotar quem eu quero ser. Dani diz essas palavras em determinado momento do filme, e cara, é ou não é o tipo de coisa para levar para a vida inteira?...
Acho que a esta altura já deu para perceber por que vale tanto a pena conferir o filme! E eu, que já tinha na fila de leitura Você Nunca Mais Vai Ficar Sozinha, da Tati Bernardi, agora com toda a certeza deste mundo incluí Depois a Louca Sou Eu na lista dos desejados.
Além disso, o filme – que teve seu lançamento adiado em quase um ano por causa da pandemia – deu origem à websérie Diário de uma Quarentena, uma espécie de spin-off que mostra Dani em situações do cotidiano enquanto lida com o isolamento social desses tempos de covid. Está disponível no Instagram da Paris Filmes.
Ah, se me permitem indicar um outro livro que também dialoga cara a cara com a geração millennial, leiam Especial, do Ryan O’Connell – que, inclusive, inspirou a série Special da Netflix.
Além disso, o filme – que teve seu lançamento adiado em quase um ano por causa da pandemia – deu origem à websérie Diário de uma Quarentena, uma espécie de spin-off que mostra Dani em situações do cotidiano enquanto lida com o isolamento social desses tempos de covid. Está disponível no Instagram da Paris Filmes.
Ah, se me permitem indicar um outro livro que também dialoga cara a cara com a geração millennial, leiam Especial, do Ryan O’Connell – que, inclusive, inspirou a série Special da Netflix.
TRAILER E INFOS
Depois a Louca Sou Eu – 86 min.
Brasil | 2019
Direção: Julia Rezende
Roteiro: Gustavo Lipstzein, baseado na obra de Tati Bernardi
Elenco: Débora Falabella, Yara de Novaes, Gustavo Vaz, Duda Batista, Rômulo Arantes Neto, Evandro Mesquita, Cristina Pereira, Débora Lamm, Beatriz Oblasser
Estreia: 25 de fevereiro
Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!
1 comentário
No Brasil contemporâneo a educação se tornou horrorosa.
ResponderExcluirE observe nossa música atual. Bregaça. E sem crítica nenhuma. Idem os eventos que deixaram de ser artísticos para virar apenas de consumo barato. Negação da arte. Ninguém mais tem vergonha e a “cara não queima” de tanta breguice. Até jornalistas ficam embasbacados com o barango. Fugir via e-du-ca-ção! Eis a resposta de liberdade. É o Brasil… Educação em 1º lugar!! Sim! Pena que tem tanto ladrão… Além disso, podemos dizer o seguinte: o Petismo, lula, dilmAnta são um estilo estético de tudo quando é breguice, baranguice cultural, cafonice sindical infiltrada no pensamento e na filosofia petistas. E, para completar, sem dúvida nenhuma: o Kitsch político constante que impera dento do Partido dos Trabalhadores. O PT tem um mau gosto enoooorme! Um projeto para educação hipócrita e fracoide (p’ra inglês ver). O PT é barango.